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Da arte para o esporte – deficientes no ciclismo

CAROL BORSATO*

Toda vez que aparecer paraciclismo, paradesportiva, paralimpíadas ou qualquer outra coisa relacionada com esportes com o prefixo “para” é alguma atividade física para deficientes. O paraciclismo é ciclismo para deficientes e por incrível que pareça também para deficientes visuais. Os deficientes visuais andam numa bicicleta dupla. No banco da frente fica o guia, uma pessoa que enxerga e no banco de trás, o deficiente visual.

No domingo, dia 7 de abril, realizou-se o Campeonato Brasileiro de Paraciclismo na cidade de Indaiatuba (SP). A competição foi realizada no velódromo. O velódromo tem sua forma oval, a parte onde os ciclistas passam fica bem baixa em relação a arquibancada, e quando as bicicletas chegam nas curvas, ficam meio que de lado. Havia um enorme painel, suspenso por um daqueles suportes que seguram divisórias e no painel estava escrito os nomes dos patrocinadores do evento.  

Foi nesse evento que tive o prazer de conhecer Gilce Duarte Côrtes, paratleta de ciclismo que foi participar da prova de perseguição individual, e no sábado foi a prova de quilômetro. Gilce tem duas deficiências. Seu último diagnóstico deu síndrome de Usher (a perda da visão e audição paralelamente). Mas mesmo assim Gilce leva sua vida sobre duas rodas, com Lorena, sua personal do tempo de academia, que hoje é sua guia na bicicleta.

Gilce deixou toda uma vida de artista da arte quando começou a perder a visão pois até aula de pintura ela dava. Apesar de ser atleta, sua formação foi em artes visuais – artes plásticas. Às vezes, algumas manobras da vida, fazem a pessoa mudar o caminho, mas o rumo sempre será a doce vitória.

*Carol Borsato é a primeira repórter deficiente visual da história de Indaiatuba (SP).

foto: divulgação