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Dados confidenciais de mil alunos da Fiec são vazados

HUGO ANTONELI JUNIOR

Dados confidenciais de cerca de mil alunos da Fundação Indaiatubana de Educação e Cultura (Fiec) foram vazados depois de ataques ao banco de dados do site da instituição. Nomes, número de documentos e até endereços de pessoas matriculadas no curso de informática estavam disponíveis em um site internacional sem a autorização dos detentores da informação.

O caso aconteceu em duas ocasiões no mês de maio, desde então o caso é tratado em sigilo pela instituição, mas o Comando Notícia teve acesso a documentos, boletins de ocorrência e até uma justificativa da Fiec ao Ministério Público sobre o caso. Até o momento não houve a identificação de quem teria vazado estes dados. Em mãos criminosas, os dados podem ser usados para praticar crimes dos mais variados, além de tratar-se de dados de menores de idade matriculados no curso de informática.

Um documento de maio deste ano, assinado pelos três vereadores da oposição, informou ao Ministério Público sobre este vazamento, conforme apurou a reportagem. A denúncia foi feita através de um e-mail anônimo. Por causa da ação dos vereadores Alexandre Peres (SD), Arthur Spíndola (PV) e Ricardo França (PRP), o promotor responsável, Michel Betenjane Romano enviou, então, um ofício para a Fiec e recebeu uma resposta no mês de junho, também segundo documentos obtidos pelo Comando Notícia.

Nele, o superintendente da Fiec, Mário Cobianchi, informou que “solicitou análise técnica do departamento de Tecnologia da Informação (TI)), sendo certo que a conclusão dos responsáveis foi a de que não houve invasão nos bancos de dados (…) [mas] foi um acesso criminoso de um usuário com senha”, diz. “Até o presente momento não foi possível obter informações acerca do responsável pelo acesso”, prossegue. Junto com a documento foi enviada uma lista com as pessoas que detinham usuários e senhas na ocasião do crime para a MP.

Segunda invasão

Após a primeira invasão de exposição de dados, o site da Fiec foi novamente alvo de ataques. Desta vez, ainda segundo a documentação obtida pela reportagem, o site foi “invadido por meio de senha de acesso, ocasião em que dois links institucionais foram substituídos por propaganda de apoio à manifestação em favor do presidente da República, que aconteceria no dia 26 de maio”, segundo informa. O fato também gerou um segundo boletim de ocorrência na delegacia de Indaiatuba.

O promotor se manifestou via documento dizendo que “considerando que não se trata de direto difuso ou coletivo que sugere o aprofundamento de investigação por parte da Promotoria de Justiça (…) considerando a necessidade de identificação por parte da Polícia Judiciária do autor da irregularidade (…) e que os fatos narrados sugerem a prática de delito que ensejou a instauração de inquérito policial, conforme boletim de ocorrência, determino o arquivamento do procedimento.”

Resposta

Em nota, via assessoria de imprensa, a Fiec informou que “quando do ocorrido a instituição iniciou um procedimento administrativo, que ainda encontra-se em apuração dos fatos, porém, podemos adiantar que todas as medidas de proteção contra possíveis ataques já foram devidamente implantadas pelo departamento de Tecnologia da Informação, e que não há relatos de danos e uso indevido de informações alocadas nos servidores da Fiec.”

foto: arquivo/divulgação