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De Deuses Nórdicos a Luzes Elétricas: A Fascinante História da Árvore de Natal

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Todos os anos, a árvore de Natal enfeita lares em todo o mundo, brilhando com luzes e enfeites coloridos. Mas você já parou para pensar como essa tradição tão amada surgiu? A história é uma mistura de rituais antigos, fé e muita evolução ao longo dos séculos.

As Origens: Do Paganismo à Cristianização

A semente da tradição foi plantada na Alemanha, por volta do ano 723 d.C. Segundo registros, o missionário São Bonifácio encontrou pagãos realizando um sacrifício em um carvalho sagrado dedicado ao deus Thor. Para provar a ineficácia do ritual, Bonifácio derrubou a árvore. Em seu lugar, apontou para um abeto e declarou que as árvores perenes, que permanecem verdes o ano todo, deveriam ser consideradas um símbolo da vida eterna no contexto cristão.

Paralelamente, desde a antiguidade, os pinheiros já recebiam decorações como parte das celebrações pagãs do solstício de inverno, simbolizando a vitória da vida sobre a escuridão. Embora não haja consenso sobre como essas tradições se espalharam, sabe-se que as origens da árvore de Natal moderna estão em regiões florestais do norte da Europa.

A Disputa pelo Primeiro Pinheiro Decorado

A Letônia e a Estônia disputam o título de berço da primeira árvore de Natal. Em Tallinn, na Estônia, a associação de comerciantes “Casa das Cabeças Negras” teria realizado um evento com uma árvore decorada em 1441. Anos depois, em 1510, o mesmo grupo teria feito uma celebração semelhante em Riga, na Letônia, onde a árvore foi desfilada e queimada. Contudo, historiadores sugerem que esses eventos podem ter sido rituais de inverno pagãos, sem ligação direta com o Natal.

A Evolução: Das Velas às Luzes Elétricas

No século XVI, a tradição ganhou um novo brilho na Alemanha. Acredita-se que Martinho Lutero, inspirado pelas estrelas que cintilavam entre os galhos em uma noite de neve, foi o primeiro a colocar velas acesas em uma árvore. O risco de incêndio era alto, e a solução segura só chegou em 1882, com a invenção das luzes elétricas, que consolidaram a imagem moderna da árvore de Natal.

Com a emigração europeia, o costume viajou para outros países. Na Inglaterra, a tradição foi popularizada pelo Príncipe Albert, de origem alemã, e sua esposa, a Rainha Vitória da Grã-Bretanha. Uma ilustração da família real reunida ao redor de uma árvore decorada, publicada no Illustrated London News em 1848, foi o estopim para a popularização no Reino Unido.

Posteriormente, os colonizadores levaram o costume para os Estados Unidos. Inicialmente, a tradição enfrentou resistência por suas raízes pagãs, mas, no final do século XIX, ganhou força e se espalhou pelo mundo.

A árvore de Natal espelha a história humana: de rituais antigos a um ícone secular, ela se adaptou culturalmente, provando que o desejo por luz e comunidade permanece forte em todas as celebrações de fim de ano.

Com informações: National Geographic