HUGO ANTONELI JUNIOR | Pesquisa: COMANDO UNO/REGINALDO RODRIGUES
INDAIATUBA – Fundada em 1984, a Guarda Municipal de Indaiatuba completará neste ano 34 anos, mas neste sábado, dia 3, a décima turma completa 20 anos de serviços prestados à cidade. Foram 69 agentes colocados na rua e alguns deles conversaram com o Comando Notícia sobre as duas décadas na luta pela segurança da cidade. Veja também diversas fotos históricas que mostram toda a trajetória.
O guarda Clayton Maciel Costa, de classe especial, conta que ingressou na na corporação no dia 3 de fevereiro de 1998. “Minha motivação partiu de depoimentos que sempre diziam que ser guarda é servir a população 24 horas por dia, sem folga, sempre lembrado em todas as situações de emergência, sendo os primeiros a chegar e os últimos a sair do local, que ser guarda é ser psicólogo para resolver os conflitos familiares pacificamente, é ser socorrista para ajudar os acidentados e pessoas com mal súbito, e ser advogado para orientar os munícipes aos trâmites legais para exercerem seus direitos, é ser médico ou enfermeiro para socorrer aqueles que não conseguem chegar ao hospital”, diz.
“Ser guarda é uma das profissões mais difíceis de exercer. Um pequeno erro pode provocar graves consequências a sociedade e ao próprio guarda, lidando diariamente com o risco de vida constante, com o questionamento das ações ou ameaça à em razão dela, tendo que sacrificar nosso convívio familiar”, afirma.
“Por isso resolvi ingressar nesta excepcional corporação, passando nesses vinte anos por tudo isso, tornando a instituição Guarda Civil uma família para mim, e mais para que pudesse compartilhar qual a função de um guarda civil: hoje minha missão e prestar serviço de segurança pública com excelência, garantindo a paz e tranquilidade a toda sociedade, pois missão dada, sempre será missão cumprida.”
Marcelo dos Santos também conversou com o Comando Notícia sobre o que o motivou a ser guarda. “Em meados de 1997 eu então com 17 anos, após acompanhar a trajetória policial do meu pai, soldado PM Santos, o qual veio transferido para Indaiatuba em 16 de março de 1985, ficando até abril de 2004, ano da sua reforma, sendo lotado junto ao então destacamento da Polícia Militar de São Paulo em Indaiatuba. Passei a frequentar o quartel, onde hospedavam também os Bombeiros e a Guarda, situado a Praça Nelton Prado”, revela.
“Como os membros me acolheram, isso me causou intensa admiração pelo serviço prestado aos munícipes, como em concordância ao que meu pai fazia na Polícia Militar e o papel fundamental que a Guarda Municipal proporcionava à população, me mostraram que eu deveria dar continuidade ao legado do meu pai”, diz.
Foi assim que ele “tomou gosto” pela profissão. “Toda criança tem o seu herói, meu pai sempre me orientou e serviu de espelho com o serviço que prestava para a cidade. Foi isso que me levou a ser Guarda. Procurando me espelhar sempre nos profissionais mais antigos e buscando o objetivo de um profissional de excelência, nunca deixei de me aprimorar profissionalmente, hoje sendo detentor de mais de 23 cursos de especializações diversas ligadas à área de atuação da Guarda, onde tive a oportunidade de retransmitir aos meus pares o conhecimento fora adquirido, agradecendo sempre aos meus superiores hierárquicos a oportunidade.”
Ocorrências marcantes
Dos Santos relembra algumas das ocorrências mais marcantes que participou. “Infelizmente o atropelamento de duas crianças na rodovia próximo ao aeroporto onde elas ficaram muito feridas. De pronto foi prestado o socorro, que na ocasião junto com o inspetor Boldrin chegamos no Haoc em quatro ou cinco minutos da localidade, salvando a vida de ambas as crianças”, diz.
“Roubo na cerâmica Ciciliato, a primeira vez que vi projéteis rasgando a lata da viatura a qual conduzia, sendo necessário o revide para defender minha vida e do meu parceiro de classe distinta Miguel, onde foi recuperado todos os objetos levados, infelizmente culminando na morte de um dos agressores”, relembra.
“Uma ação de sequestradores na Vila Suíça, que perdurou como ocorrência por mais de seis horas e meia, juntamente com meu parceiro Moraes, onde por diversas vezes, nos oferecermos a linha de tiro no intuito de salvar as vítimas o que foi feito com louvor sem disparar um único tiro, e preservando a vida das cinco vítimas em questão, ato este que foi agraciado pela Polícia Militar em solenidade junto à Prefeitura. Entre as ocorrências citadas se ocultam inúmeras outras histórias, que seriam exemplificadas em um livro pois são 20 anos de história de vida, luta e sacrifício em prol da coletividade Indaiatubana, agradeço a cada irmão de farda, a cada amigo a cada membro da milha família por ter junto comigo ter chegado até aqui. Pois um homem sem história, e sem anuentes á sua vida e simplesmente um corpo, que se arrasta, nesta longa jornada da sua existência.”
O guarda Divino Donisete Theodoro também relatou seu orgulho em integrar a décima turma. “Sou praticante criado em Indaiatuba, e há exatamente 21 anos tive o privilégio de entrar nesta valorosa instituição que é a Guarda Civil Indaiatuba. No qual tenho muito orgulho de poder ter dado uma grande parcela de contribuição para que nossas população possa viver em paz e segurança em nossa cidade, e sempre pronto a dar o meu melhor em prol da população.”
O guarda Cezar Bertoni Neto diz que “ninguém está interessado em dar conselhos à uma família com problemas às três da madrugada de um domingo, ou entrar às escuras em um edifício que foi assaltado, ou presenciar dia após dia a pobrezas, os desequilíbrios mentais e as tragédias humanas.”
“Nos meus 20 anos de experiência como guarda, todas as noites eu voltava para casa com um sentimento de satisfação, de ter contribuído com algo para a sociedade.”
Outro guarda daquela turma, Valdeir de Almeida Orlandi, falou sobre o orgulho de fazer parte da Guarda. “Para mim é uma grande satisfação fazer parte da família azul marinho. Durante estes 20 anos eu pude ajudar a sociedade indaiatubana em algumas situações que vieram a necessitar do trabalho da Guarda. Tenho o maior prazer em ser guarda. Muitas vezes não somos reconhecidos, mas um verdadeiro guerreiro não deixa que os altos e baixos venham a desanimar no nosso objetivo que é defender a sociedade como muito amor e garra.”
O guarda Claudinei Tiburcio também falou ao Comando Notícia. “Com a benção de Deus se completam 20 anos nesta profissão. Tenho muito orgulho de ser mais um integrante da valorosa Guarda Civil de Indaiatuba. É daqui que eu e muitos parceiros tiram o sustento. E é aqui que sirvo à população indaiatubana e visitantes.”
“Estamos aqui para servir a cada um, independente da crença, cor ou religião. É um orgulho poder usar esta farda azul marinho e sair de casa para mais uma jornada de trabalho sem saber se retornaremos vivos. Aqui dou a minha vida. Um guerreiro é um caçador. Calcula tudo. Isso é controle. Mas, uma vez terminado seus cálculos, ele age. Entrega-se. Isso é abandono. Um guerreiro não é uma folha à mercê do vento. Ninguém pode empurrá-lo; ninguém pode obrigá-lo a fazer coisas contra si mesmo ou contra o que ele acha certo. Um guerreiro está preparado para sobreviver, e ele sobrevive da melhor maneira possível.”
fotos: arquivo pessoal/divulgação /Comando Notícia