Cidades

Devotos de Indaiatuba falam da fé em Nossa Senhora Aparecida

HUGO ANTONELI JUNIOR

INDAIATUBA – Seu Antonio chegou junto com dona Maria Cecília e acariciou a cabeça da imagem de São Francisco de Assis. Casados há 40 anos, os Ripabelo chegaram juntos à igreja Santa Rita de Cássia, no Cidade Nova, na quente tarde de véspera de feriado, quarta-feira (11).

Depois de acariciar os santos e fazerem o tradicional sinal da cruz, foram juntos pegar uma rosa junto à imagem da Santa Rita e conversaram com o Comando Notícia sobre o Dia da Padroeira do Brasil, comemorado nesta quinta-feira (12).

“Falar de Nossa Senhora sem se emocionar é muito difícil”, diz, com os olhos cheios de lágrimas, Maria Cecília, de 70 anos. “Tudo na vida da gente, agradecemos à ela. Todo dia, toda hora, é só agradecer. Eu vim aqui para agradecer por um emprego que o meu filho conseguiu depois de um ano procurando”, revela.

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O casal Maria Cecília e Antonio Carlos vieram agradecer à Nossa Senhora na Igreja Santa Rita

Seu Antonio Carlos resume o sentimento por Nossa Senhora. “Pra mim, é tudo. Sempre foi. Sempre que precisamos de uma graça, sempre conseguimos. Ela é importante para a família da gente”, comenta, emocionado. Aos 65 anos, o morador do Jardim Marina conta que participará mais uma vez da festa em homenagem à santa na cidade assando frangos na festa. “Faz oito anos que participo e enquanto eu tiver saúde para fazer, irei. Pra mim é sempre um prazer, me sinto renovado porque tudo depende de uma graça dela”, completa.

Dona Rosa Linder, de 68 anos, não consegue vir sempre à igreja por morar em um sítio no Morro Torto, mas fez questão de fazer seus pedidos e agradecer à Santa Rita após a missa em homenagem à padroeira. “A devoção vem desde a minha mãe. A gente sempre foi católico. O que eu peço é o mais importante, que é saúde. Nossa Senhora é tudo na vida da gente. Todo dia eu rezo para que ela cubra a todos, o Brasil, com o seu manto”, revela.

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Dona Rosa, de 68 anos, mora na zona rural e não consegue vir sempre à igreja, mas contou que sempre reza “para que Nossa Senhora, a Padroeira, cubra o Brasil com seu manto”

A devoção à santa para dona Vilma Cortez, de 72 anos, é comparável ao amor que ela sente pela mãe. “É a mesma coisa a nossa mãe e Nossa Senhora”, diz. “Desde criança lá em São Paulo a gente sempre participava de novenas. Lembro do meu pai que levava a gente para a missa, eu também acompanhava a minha noninha, foi tudo muito bonito mesmo. Sou filha de Maria desde pequena, tenho todas as fitinhas e, agora, minhas netinhas estão fazendo catequese”, orgulha-se a moradora da Vila Rubens.

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A história do encontro da imagem – dividido em corpo e depois cabeça -, traz muito das raízes brasileiras para o padre Francisco de Paula Cabral de Vasconcellos, conhecido e chamado carinhosamente por padre Xico. “A imagem negra foi encontrada por pescadores no rio Paraíba em 1717. Neste ano faz 300 anos deste acontecimento que é muito significativo, porque era a época da escravatura negra e temos isso como uma manifestação de Maria, que veio em imagem negra”, afirma.

O padre conta que no ossuário da Santa Rita estão as cinzas do padre Izidro de Oliveira Santos, responsável pela restauração da imagem quando ela foi destruída em maio de 1978. “Ele era o pároco naquela época e ajudou na restauração. Depois veio para cá, gostou daqui”, conta.

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O padre Francisco de Paula Cabral de Vasconcellos, conhecido por padre Xico, da Igreja Santa Rita

Para terminar, Xico fala sobre a importância da imagem de Maria para a Igreja. “O que temos por Maria é um reconhecimento pela disponibilidade que ela teve em realizar a vontade de Deus que quis ser humanidade em carne, e ela emprestou sua carne e sangue para que o filho de Deus viesse à Terra”, encerra.

Fotos: Hugo Antoneli Junior/Comando Notícia