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Diário de Bordo – dia 2: vocês são da Canção Nova?

HUGO ANTONELI JUNIOR/NÚBIA ISTELA

“CATÓLICA, APOSTÓLICA, ROMANA E FERREIRA”, é assim que se descreve dona Maria, na fila para o aconselhamento com o padre da Catedral São José, em Campo Mourão (PR). É dela também que vem a melhor pergunta do dia: “você são da Canção Nova?” – por causa do CN – de Comando Notícia – na camiseta. Antes, o padre Jurandir deu entrevista e falou sobre a rotina da comunidade. Às quartas durante a tarde acontece a missa para os doentes, mas tem missa todos os dias.

Antes, percorremos alguns pontos da cidade. Primeiro, conversamos com Jair Elias dos Santos, historiador responsável por publicações a respeito da cidade. Campo Mourão tem pouco mais de 70 anos de fundação e o nome vem exatamente de onde parecem vir. Eram os “campos do Mourão” e o nome pegou, segundo conta o especialista. Uma batalha sangrenta e cruel é um caso bizarro que ele comenta. Dois rapazes de Campo Mourão teriam ido à Engenheiro Beltrão, cidade vizinha, e abusado de uma moça.

Os moradores, revoltados, vieram atrás deles e os mataram. Para responder ao ato, os manda-chuvas de Campo Mourão pegaram o responsável, mataram, amarraram em um cavalo que percorreu as ruas da cidade. O corpo ficou pendurado em frente à delegacia. “Para mostrar quem é que mandava aqui”, diz. E foram presos? “Nada. Saíram impunes”. O caso ficou para trás e hoje os descendentes desta família só querem paz, garante.

Um parque parecido com o ecológico de Indaiatuba – só que povoado por capivaras de todos os tamanhos, e que é point para os moradores da cidade, também foi visitado no começo da tarde. No local há pista de caminhada e playground, sendo o local perfeito para os jovens tomarem o famoso “tererê” nos finais de semana.

Nesta quarta (2) também fomos à Prefeitura e conversamos com o prefeito em exercício, Beto Voidelo. Ele falou sobre a infância na roça e relembrou a “geada negra”, responsável pela grande migração de paranaenses para outros estados na década de 1970. “Você olhava os campos e era tudo preto. Perdeu-se toda a plantação e muitas famílias não tinham dinheiro”, relata. Acabou a plantação e também o trabalho manual. Aos poucos as fazendas trocaram as mãos pelas pás e as máquinas dominaram o cenário.

Pausa para o pastel. E que pastel! É impossível comer sem estar com fome, ou MUITA fome. O petisco também só sai pela bagatela de R$ 19,90, mas vale. Depois fomos até o museu municipal. Faltavam poucos minutos para fechar, mas conseguimos captar imagens. No corredor principal que leva às salas há todo tipo de objeto histórico, notas de dinheiro antigo, ferros de passar e até fotos do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso quando veio à Campo Mourão.

Feitas as imagens foi hora de mais passagens e imagens gerais já em clima de despedida da cidade. Na manhã de quinta (3) será a vez de irmos até Goioerê e seguir viagem chegando à metade do projeto. E você vem com a gente.

fotos: Núbia Istela