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Dinheiro em malas ligado à Geddel pagaria 22 mil professores; veja o que mais daria pra fazer

Muitos brasileiros ficaram impressionados com o montante de mais de R$ 51 milhões em dinheiro em espécie apreendidos pela Polícia Federal em um apartamento na Bahia que, segundo as investigações, era usado pelo ex-ministro Geddel Viera Lima.

Após a contagem de todas as notas , concluiu-se que o valor apreendido na Rua Barão de Loreto, residência de um amigo de Geddel , soma R$ 42.643,50 e US$ 2.688 milhões, totalizando, em reais, R$ 51.030.866,40. Nas redes sociais o assunto gerou memes e uma pergunta surgiu: o que daria para fazer com tanto dinheiro?

Considerando o valor atual do salário mínimo, que está em R$ 937, seria possível pagar 54.429 salários com o montante encontrado nas malas e nas caixas. Aplicado na poupança, o valor ainda renderia cerca de R$ 290 mil por mês para o cliente.

O valor poderia servir também para pagar 600 mil brasileiros que dependem do Bolsa Família por um mês ou pagava pouco mais de 22 mil professores de ensino médio que recebem o piso estipulado pelo governo, que está na casa dos R$ 2,3 mil.

Com os R$ 51 milhões, dá para pagar cinco meses e meio de salário de Neymar. O jogador comprado pelo Paris Saint-Germain da França ganha um salário de incríveis R$ 9,25 milhões por mês, R$ 308.333 por dia.

Segundo um cálculo do site “De Real para Realidade”, o valor também compraria 994 viaturas policiais ou construiria 1.020 casas populares no país. Em itens pessoais, os R$ 51 milhões comprariam 25.500 celulares Samsung S7 ou 13.422 celulares iPhone 7 Plus. Considerando a média de R$ 30 mil por um carro popular, seria possível comprar 1.700 veículos de uma só vez.

Recorde da corrupção

A Polícia Federal anunciou que esse é o maior valor apreendido em sua história e que ele surpreendeu até mesmo os agentes, que demoraram cerca de 14 horas para contar todas as cédulas.

O dinheiro foi encontrado pelos policiais enquanto eles cumpriam um mandado judicial de busca e apreensão – emitido pela 10ª Vara Federal de Brasília – dentro da Operação Tesouro Perdido. Tal operação é um desdobramento da Cui Bono , cuja primeira fase foi deflagrada pela PF em 13 de janeiro deste ano. Os R$ 51 milhões serão depositados em uma conta judicial.

Ainda de acordo com a Justiça, o apartamento onde todo o dinheiro foi encontrado pertence a Silvio Silveira, um amigo do ex-ministro, que teria cedido o imóvel, para que ele guardasse, “supostamente, pertences do pai, falecido em janeiro de 2016″. Uma denúncia anônima, porém, alertou a polícia por telefone que o apartamento no bairro da Graça estaria sendo utilizado para “guardar caixas com documentos”, o que foi constatado após consultas realizadas aos moradores do edifício.

No documento autorizando a operação na residência de um amigo de Geddel, o juiz Vallisney de Souza Oliveira considerou que as práticas precisam ser investigadas “com urgência”, devido aos fatos relacionados a “vultosos valores, delitos de lavagem de dinheiro, corrupção, organização criminosa e participação de agentes públicos influentes e poderosos”.