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Doçura do mel indaiatubano vira bebida alcoólica e até linha de cosméticos

HUGO ANTONELI JUNIOR

INDAIATUBA – Melzinho na chupeta é fácil de imaginar, mas e no sabonete ou creme para o corpo? A substância tão doce que pode substituir o açúcar, produzida naturalmente por abelhas e geralmente consumida com frutas é a galinha dos ovos de ouro de muitos grandes produtores. O tema virou até um episódio do documentário Rotten (2018), disponível na Netflix, que mostra a dificuldade do produtor local conseguir se manter e as fraudes em produtos alimentícios.

Em Indaiatuba, para surpresa de muitos moradores, há um apiário que atua há décadas em diversas regiões do estado com uma loja física no Distrito Industrial. Os proprietários João Gualberto e João Batista contaram ao Comando Notícia que a empresa tem 30 anos e produz por ano um montante entre cinco e 15 toneladas do produto. “Hoje temos cerca de 400 colmeias separadas em cinco apiários. Cada uma pode chegar a ter 400 mil abelhas. Para efeito de comparação, aqueles enxames que se alojam em casas tem de 10 a 30 mil”, revela Batista.

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“Chegamos a ter 50 itens com base de mel para vender aqui, mas o que mais sai continua sendo o pote de mel que pode variar entre R$ 11 e R$ 38”, afirma Batista. “O Pezão [do restaurante] me desafiou a fazer uma pinga com mel e deu tão certo que agora a gente tem a nossa própria e até whisky”, diz.

Ao todo a empresa gera cerca de 15 empregos diretos e diversifica a atuação com cosméticos. “Temos própolis, sabonete, creme, tudo com mel na composição e no aroma. Tem também os tipos de mel diferentes como o silvestre, o laranjeira e o eucalipto que diferem no gosto por conta de onde estão as colmeias.”

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Mas nem tudo são flores (ou néctar). No ano passado, os produtores perderam 50 caixas, um prejuízo de R$ 50 mil pelo menos. “Tivemos problemas com um caseiro e quando precisamos demiti-lo ele passou veneno nas caixas, matou, contaminou e ainda derrubou árvores do local. Não foi preso, mas notificado pelas autoridades”, afirma.

O mel, de acordo com os criadores, passa por testes e é possível saber quando é puro ou adulterado. “A gente usa o instituto Adolfo Lutz, em São Paulo, porque o produto precisa passar por uma rigorosa bateria de testes já que é bem específico em composição etc. Para saber se o mel é puro ou não, basta observar a cristalização. Se ele açucarar e ficar uma cor só, é puro, se dividir em duas ou mais cores como branco e amarelo, não”, encerra.

O Apiário Itaici funciona de segunda a sexta-feira das 9 às 18 horas e aos sábados das 9 às 13 na Alameda Capovilla, 451, Distrito Industrial. Telefone: (19) 97410-8271.

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fotos: Comando Uno/Comando Notícia