Em greve, trabalhadores dos Correios ocupam Centro de Cartas e Encomendas de Indaiatuba
Em greve, trabalhadores dos Correios ocuparam o Centro de Tratamento de Cartas e Encomendas (CTCE) de Indaiatuba (SP) e impediram a entrada e saída de caminhões de entrega no local. O ato começou na noite de quarta-feira (26) e não tem prazo para terminar, de acordo com o Sindicato dos Trabalhadores de Correios de Campinas e Região (Sintect-Cas).
A entidade ainda afirmou que dentro do centro de tratamento estão funcionários de diversas cidades que integram a base do sindicato nas regiões de Campinas (SP), Ribeirão Preto (SP), Santos (SP) e São Paulo (SP). Às 18h desta quinta (27), o sindicato informou que somente quando as reivindicações forem respondidas a ocupação terminará.
Imagens enviadas pelo Sintect-Cras mostraram, durante a manhã, dezenas de caminhões usados para fazer as entregas de cartas e encomendas dos Correios parados no pátio do CTCE.
Em nota, os Correios informaram que a Polícia Militar (PM) conduz a situação da ocupação. Sobre a carga que está na unidade, a estatal informou que os produtos são redirecionados para outros centros, a fim de minimizar impactos no fluxo operacional.
“Além disso, a empresa também está tomando as medidas judiciais cabíveis para garantir o desbloqueio. Os Correios repudiam tais atos, que demonstram a falta de compromisso dos sindicatos com a sociedade, prejudicando um serviço essencial que está sendo discutido no âmbito do Tribunal Superior do Trabalho (TST)”, diz o texto.
Histórico
A ocupação faz parte da agenda de greve dos trabalhadores dos Correios, que iniciaram a paralisação nacional no dia 17 de agosto. Os funcionários protestam contra a privatização da estatal e pedem melhores condições de saúde em meio à pandemia da Covid-19.
Além disso, reclamam da suspensão do acordo coletivo da categoria, que, de acordo com a Federação Nacional dos Trabalhadores em Empresas dos Correios (Fentect), suprimiu benefícios dos trabalhadores. Entenda aqui.
No dia 21 de agosto, o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu pelo fim definitivo do acordo que, inicialmente, vigoraria até julho de 2021. A decisão inflou os protestos dos trabalhadores dos Correios.
Posição dos Correios sobre as reivindicações
No dia 18 de agosto, os Correios afirmaram que a diminuição de despesas prevista com medidas de contenção em meio à pandemia, inclusive a suspensão do acordo coletivo, é da ordem de R$ 600 milhões anuais aos cofres da empresa. Leia aqui.
Na ocasião, a estatal informou que as reivindicações feitas pela Fentect custariam quase R$ 1 bilhão no mesmo período — o que corresponde a dez vezes o lucro obtido em 2019.
Sobre os cuidados com a saúde dos trabalhadores durante a pandemia, na mesma data do posicionamento citado acima, os Correios informaram que reforçam o controle do fluxo de atendimento nas agências e organizam os clientes de modo a manter o distanciamento físico entre cada um deles.
Além disso, a empresa relatou que está atuando com força de trabalho reduzida devido à iniciativa de redirecionar os colaboradores classificados como grupo de risco para o trabalho remoto.
Foto: arquivo Comando/ divulgação.
Com informações de G1 Campinas.