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Empresa que recebeu licença para produzir respirador da Nasa inicia produção em Indaiatuba

Uma empresa instalada em Indaiatuba (SP) deu início a produção de um respirador desenvolvido pela Nasa, portátil e possível de ser utilizado em qualquer centro médico, para enfrentamento da pandemia do novo coronavírus. A indústria é uma das 28 licenciadas em todo o mundo pela agência espacial americana, mas a primeira a colocar o aparelho em linha de produção. Ela recebeu neste mês aval para comercialização da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

Especializada em equipamentos médicos, a Russer nunca havia fabricado ventiladores. De acordo com Rubens Alexandre Calbucoy, diretor negócios internacionais, os desafios apresentados pela pandemia fizeram a companhia pensar em uma “forma de ajudar de alguma maneira” e eles decidiram entrar no processo para licenciamento do respirador. Batizado como ‘Vital’ pela Nasa, ele foi rebatizado para “Vida” no Brasil.

Desenhado por engenheiros do Laboratório de Propulsão a Jato (JPL) da Nasa, o respirador passou por algumas adaptações, que contaram ainda com ajuda do Senai/Cimatec, também licenciada pela agência espacial.

Ao todo, nove companhias dos Estados Unidos receberam a licença para fabricação e venda dos aparelhos, além de outras 19 mundo afora, sendo somente a Russer e o Senai na América do Sul.

 

1,5 mil aparelhos por mês

Para produzir o Vida, a empresa informa que fez investimentos para ampliar e adaptar a linha de produção, sem revelar, entretanto, os valores. Com recursos próprios, a Russer deu início a produção de 300 aparelhos, sendo que 50 serão doados – os destinos ainda não foram definidos.

De acordo com Calbucoy, os ventiladores devem ficar prontos em até 15 dias, e a companhia está em fase de prospecção para venda. O preço unitário foi definido em R$ 59 mil, mas os valores são negociáveis para compras em maiores quantidades ou para setores mais carentes do País.

“Nosso objetivo é atender o Brasil, especialmente as regiões com essa escassez de tecnologia e por essa razão estamos abertos em trabalhar com novos distribuidores e representantes. Mas também estamos prontos para exportar este equipamento para outros países no mundo”, diz.

Com a estrutura atual, a empresa afirma ser capaz de produzir 1,5 mil unidades do respirador por mês.

Adaptações

O diretor da Russer conta que durante essa fase de desenvolvimento, equipes técnicas da empresa estão em contato com os profissionais da Nasa diariamente. Em relação ao produto desenhado nos Estados Unidos, o “Vida” foi adaptado para atender requisitos da Anvisa.

“Incluímos também a função RCP, o que permite uma função pré-programada durante uma parada cardiorrespiratória sem ter de extubar o paciente”, informa.

Ainda segundo Calbucoy, a maior parte dos componentes do respirador são nacionais.

 

Foto: divulgação.
Com informações de G1 Campinas.