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Espaço Avançar tem falta de atendimento e demora nas respostas, dizem pais

HUGO ANTONELI JUNIOR

O que era para ser uma solução virou um problema para os pais de autistas que dependem do Espaço Avançar. Os problemas do local inaugurado em fevereiro do ano passado começaram com o transporte dos alunos. Os pais informam que cobraram mudanças e foram atendidos. Mas a lista de reclamações e protocolos abertos na Prefeitura de Indaiatuba (SP) é extensa.

“Nem todos tem atendimento psicológico. Eles mandaram embora alguns profissionais e ainda não repuseram”, diz uma das mães ao Comando Notícia. “Os responsáveis pela organização são imaturos, não tem experiência e o sentimento é que criaram um espaço lindo e o esqueceram. Sempre estão sendo questionados esses pontos e o que se ouve é que o Espaço Avançar não tem problemas que começam na gestão e estão se estendendo. Profissionais qualificados são remanejados e quando substituídos são apresentados em seus lugares estagiários ou profissionais sem experiência e qualificação para auxiliar os autistas no desenvolvimento”, reclama.

“Tentamos resolver internamente, contatando a coordenação do espaço avançar, porém a prefeitura convocou um pai que representava os demais para uma reunião, onde estavam presentes os representantes das secretarias: educação, saúde, social, cultura e 2 promotores de Justiça, que provavelmente sejam procuradores do município ou advogados. O pai foi orientado a não questionar a coordenação do avançar e nenhum dos profissionais, devendo a partir de então abrir protocolos em caso de reinvindicações ou pedidos, devendo repassar informação aos demais pais.”

E não foram poucos. Segundo o grupo de pais que conversou com a reportagem durante esta semana, são cerca de 60 protocolos. Alguns, com mais de um mês não foram respondidos até o momento.

“Tentamos falar com o prefeito e a assessoria não respondeu. Estamos pedindo reposição de musicoterapeuta, pois o mesmo foi mandado embora ano passado e não reposto, assim como a médica da família com ênfase em ortomolecular e nutrição”, afirma. “O psicólogo que estava saiu, mas não atendia a todos, entrou outro que também não está atendendo e, em reunião, disse a algumas mães que não sabe o que fazer com os filhos delas pois são casos severos.”

Mais pais reclamam. “Ouvimos que haverá redução de quatro para duas horas diárias para os maiores de 17 anos e 11 meses, assim como também foram tiradas as professoras e está somente com oficinas. Mesmo estando somente as oficinas, falaram que haverá a redução de tempo. Os pais falam que parece que seus filhos estão em um depósito. Nos disseram que a partir de 2019 essas crianças maiores de 17 anos e 11 meses, deixam de ser responsabilidade da secretaria da educação e passam a ser a secretaria da saúde a responsável. Esse ano não receberam camisetas de uniforme, nem tiveram reunião de pais.”

Resposta

Em nota, a Prefeitura respondeu. “As secretarias da Educação e da Saúde receberam anteriormente esses questionamentos de pais e todos serão respondidos individualmente, antes de qualquer posicionamento à imprensa, em respeito aos solicitantes.”

“Contudo, resta previamente esclarecer que reclamações quanto ao transporte, atendimento psicológico e redução de carga horário de oficinas não procedem. O transporte dos alunos é realizado por vans climatizadas da própria Educação, com motorista, monitora e limpeza constante. O psicólogo atende todos os autistas e as oficinas não tiveram carga horária reduzida, contudo os pais ganharam a possibilidade de retirar o filho com uma hora de antecedência caso o aluno não se ajuste ao período completo.”

A Prefeitura, porém, não respondeu sobre os profissionais que foram dispensados e não repostos e também não informou prazos para responder os protocolos abertos pelos pais.

foto: arquivo/Comando Notícia