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Especialistas fazem informe sobre remédios para tratamento de Covid-19

A Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI) fez nesta semana – através de um Informe – alguns esclarecimentos sobre os diferentes medicamentos e tratamentos farmacológicos sobre o Covid-19, atualizando informes já publicados ao longo da pandemia.

Abaixo medicamentos listados no estudo:

1. Corticoides:
De acordo com um relatório preliminar, cuja publicação é aguardada para os próximos dias, de um grande estudo coordenado pela Universidade de Oxford na Inglaterra, que avalia várias terapias em potencial para o COVID-19,  o corticoide dexametasona aumenta a sobrevida em pacientes com COVID-19 grave,  que necessitam de oxigênio suplementar ou ventilação mecânica, na dose de 6mg/dia, com duração de até 10 dias. Não há evidências de benefício do uso de corticoides para as formas leves ou moderadas da doença, nas quais não há indicação de oxigenioterapia, nem para prevenção. Logo, não devem ser usados nestas situações.

Pacientes com broncoespasmo, como em crise asmática, desencadeada por qualquer virose respiratória, incluindo a COVID-19, podem necessitar de corticoide. Tal necessidade, qual corticoide usar e por qual via administrá-lo devem ser avaliados individualmente pelo médico. A automedicação e o uso preventivo de corticoides para COVID-19 não devem ser utilizados e podem causar efeitos colaterais.

2. Medicamentos antivirais:
A associação dos antirretrovirais lopinavir/ritonavir, usadas no passado por pessoas vivendo com HIV, foi avaliada em estudo randomizado com grupo controle, publicada em maio/2020, e não demonstrou benefício. Um comunicado de imprensa da Universidade de Oxford, Inglaterra, divulgado na segunda-feira (29), demonstrou não haver benefício da associação do Lopinavir/Ritonavir em pacientes hospitalizados com COVID-19. A SBI não recomenda seu uso em pacientes com COVID-19.

Resultados com o Remdisivir demonstraram redução no tempo de recuperação em pacientes com formas moderadas e graves da doença.  Este medicamento ainda não tem registro no Brasil e seu uso foi autorizado no Brasil pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) somente para estudos clínicos.

3. Medicamentos antiparasitários:
Os antiparasitários Ivermectina e Nitazoxanida parecem ter atividade in vitro contra a SARS-CoV-2, porém ainda não há comprovação de eficácia em seres humanos. Muitos dos medicamentos que demonstraram ação antiviral in vitro (no laboratório) não tiveram o mesmo benefício in vivo (em seres humanos). Só estudos clínicos permitirão definir seu benefício e segurança na COVID-19.

4. Tocilizumabe:
O uso do Imunomodulador Tocilizumabe foi descrito em alguns casos observacionais de pacientes com COVID-19 com alguns resultados positivos, mas até o momento não há dados que comprovem efetivamente seu benefício e segurança. O estudo deverá divulgar os resultados dos pacientes que receberam tocilizumabe nos próximos dias.

5. Anticoagulação:
Pacientes hospitalizados com o vírus apresentam maior risco de complicações trombóticas, sendo indicado para a maioria deles, na ausência de contraindicação, o uso profilático de anticoagulantes, como heparina e seus derivados. Não há indicação do uso de anticoagulante em dose terapêutica de rotina, tampouco seu uso de rotina em pacientes em atendimento ambulatorial com as formas menos graves da doença.

6. Plasma convalescente:
O uso de plasma de pacientes recuperados da COVID-19 (plasma convalescente ou plasma hiperimune) pode proporcionar benefício na infecção pelo SARS-CoV- 2, mas estudos clínicos que comprovem seu benefício e segurança estão em andamento. O Estudo que avalia várias terapias em potencial para o vírus, deverá divulgar os resultados dos pacientes que receberam plasma de convalescentes nos próximos dias.

7. Vitaminas e suplementos alimentares:
Não há comprovação de benefício do uso de vitaminas C ou D, nem de suplementos alimentares, como zinco, exceto em pacientes que apresentam hipovitaminose ou carência mineral. Especialistas brasileiros de serviços de ponta avaliarão opções de tratamento para COVID-19, em um estudo denominado “Coalizão COVID Brasil”, que incluirá cinco projetos de pesquisa: três avaliando pacientes hospitalizados em alas hospitalares e unidades de terapia
intensiva, um avaliando seguimento um ano após alta hospitalar e um avaliando pacientes não
hospitalizados com diagnóstico da doença.

Lembrando que no Brasil, a instituição que regulamenta o uso de novos medicamentos para todas as doenças e o uso de medicamentos antigos para novas doenças ou novas indicações, avaliando seu benefício e segurança, é a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA).

Procuramos a Prefeitura de Indaiatuba para consultar o estoque desses remédios na cidade, mas não fomos respondidos até o fechamento desta matéria. 

 

Foto: divulgação.