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Estresse e ansiedade podem agravar a asma?

Uma pesquisa recente do Jornal Brasileiro de Pneumologia1 apontou que 30% das pessoas com asma apresentam ansiedade e 9% depressão. Esses transtornos, além de afetarem o estado emocional, estão associados à piora dos quadros clínicos e podem ser tanto consequência quanto gatilho para novas crises.

 

Nos dias de hoje, os distúrbios e doenças relacionadas à saúde mental, têm se tornado cada vez mais comuns. E, embora afetem principalmente o bem-estar psicológico, esses desequilíbrios também podem impactar diretamente a saúde física, especialmente em quem convive com a asma crônica.

 

As reações do corpo estão profundamente conectadas às emoções e aos sentimentos. Segundo o Dr. Mauro Gomes, pneumologista e professor da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo, e consultor da farmacêutica Glenmark, “o sistema imunológico traduz no corpo as reações do estado emocional. Por isso, em pessoas asmáticas, quando a ansiedade, estresse ou raiva, pode acelerar a frequência respiratória e provocar as crises”, explica.

 

Além disso, o estresse crônico pode contribuir para a resistência ao cortisol, favorecendo a inflamação das vias aéreas e agravando as crises de asma. A resposta reduzida aos glicocorticoides — principal terapia anti-inflamatória para a doença — pode ser influenciada por fatores genéticos e adquiridos, incluindo o estresse psicológico.

 

Os sintomas de uma crise asmática desencadeada por questões emocionais são similares aos de uma crise asmática por alergia. “Falta de ar, chiado no peito e tosse são sinais que podem aparecer em crises asmáticas emocionais”, diz o especialista.

 

Segundo o Dr. Mauro, a ansiedade pode ter um papel ambíguo na vida de quem convive com a asma: “Assim como o estado emocional abalado pode desencadear as crises, essas mesmas crises podem gerar ansiedade ou até depressão, já que o paciente vive com o receio constante de sofrer um novo episódio ou precisar de internação emergencial”.

 

Embora a asma não tenha cura, o tratamento envolve o uso de sprays e corticoides inalatórios para controlar e aliviar os sintomas. No entanto, os cuidados não se limitam à medicação. O Dr. Mauro reforça a importância do bem-estar emocional: “A gestão adequada do estresse pode ser uma estratégia valiosa para melhorar o controle da asma”.

 

Encontrar tempo para descansar, fazer atividades prazerosas, dormir bem e, sempre que possível, contar com o acompanhamento de um psicólogo, são atitudes essenciais para controlar o estresse e a ansiedade. Assim, as crises tendem a diminuir, e a qualidade de vida, a melhorar.

Com informações: Lilian Brito-Agência Mam

Foto: Divulgação-Freepik