Cidades

Executivos da Cobreq explicam porque a empresa saiu de Indaiatuba para Salto

HUGO ANTONELI JUNIOR

SALTO – Muito caro. Essa foi um dos motivos os executivos da TMD Friction, a famosa Cobreq, usaram para explicar a mudança da empresa de Indaiatuba para Salto na inauguração do novo (e grande) espaço na terça-feira (3). Após 42 anos na cidade, a empresa tradicional migrou para a cidade vizinha, às marges da rodovia Santos Dumont (SP-75).

“Teve [negociação para ficar em Indaiatuba], mas já tínhamos tomado essa decisão. Indaiatuba estava mais caro. Indaiatuba é mais caro mesmo. Tá saturado. O terreno aqui [em Salto] era o mais viável”, explicou o diretor executivo da TMD, Edilson Jaquetto.

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Edilson Jaquetto, o diretor executivo da TMD Friction, durante a cerimônia de inauguração em Salto

“Nós fizemos diversas visitas em outras cidades. Na verdade, elaboramos uma planilha com 30 itens para uma análise de risco. Havia lugares melhor competitivamente, mas decidimos por Salto para manter o quadro de funcionários”, revela. “Tínhamos também um prazo da Cetesb [Companhia Ambiental do Estado de São Paulo] para sair do Centro de Indaiatuba, porque a cidade cresceu em torno da fábrica e não podíamos mais ficar ali”, informa.

A TMD manteve todos os funcionários de Indaiatuba, mas a preferência de contratação agora é para a cidade de Salto. “É a nossa nova casa”, informa Marcoabel Santos Moreira, o diretor geral. “Até o mês passado a gente faturava por Indaiatuba, mas a partir de agora é tudo em Salto. Infelizmente, os benefícios que a outra cidade tinha vem para cá. Pode parecer um corte traumático inicialmente, mas acontece”, analisa. A Cobreq participava de projetos sociais, fornecia uniformes e até patrocinava eventos. A “despedida” foi em um evento com a Família Lima no Educandário. Agora, todos os benefícios – de impostos e sociais -, vão para Salto.

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Marcoabel Moreira, diretor geral da TMD Friction, discursa para na nova sede da empresa, em Salto

Ainda assim, 500 dos 570 funcionários são de Indaiatuba. “A tendência é que haja uma troca natural, mas temos ônibus para o pessoal do administrativo que não mora em Salto e, em breve, conforme aumentar o efetivo daqui, também oferecemos o transporte da empresa”, afirma Jaquetto.

O galpão de Indaiatuba está à venda, apesar de ainda haver 10 funcionários de um setor. De acordo com os executivos, o encerramento das atividades na velha casa é dezembro. O projeto de mudança começou em 2013 e agora a TMD tem uma nova casa, perto da antiga, é verdade, cerca de dois quilômetros do limite entre os municípios, mas nova.

Fotos: Ricardo Miranda/Comando Notícia