MARCOS KIMURA*
Ainda naquela entressafra aguardando os grandes lançamentos de fim de ano – leia-se “Star Wars: A Ascensão Skywalker” e “Cats” – estreiam nessa semana nos cinemas locais “As Golpistas”, que está sendo considerado o melhor filme de Jennifer Lopez, e “A Vida Invisível”, candidato brasileiro a uma das cinco indicações ao Oscar de Filme Estrangeiro.
Em entrevista concedida a Elizabeth (Julia Stiles, de “10 coisas que odeio em você” e “A identidade Bourne”), jornalista da New York Magazine, a ex-stripper Destiny (Constance Wu, estrela de “Podres de Ricos”) conta em detalhes como conseguiu o emprego e conheceu Ramona (Jennifer Lopez, que dispensa apresentações), ícone do meio que logo se tornou sua grande amiga.
Devido à crise financeira que abalou Wall Street em 2008, Destiny e Ramona viram o declínio na quantidade de clientes na boate em que trabalham afetar sua própria rentabilidade. Com isso, decidem elas mesmas iniciar um plano onde, juntamente com algumas amigas, vão atrás de homens em restaurantes para, após dopá-los, faturar em cima de seus cartões de crédito.
A diretora Lorene Scafaria (“Procura-se um amigo para o fim do mundo”) e J-Lo tem colecionado elogios por “As Golpistas”, considerado “um filme com carga sexual mas engraçado e travesso” pelo Washington Post; descrito como “filmado e editado como um videoclipe, cheio de movimentos de câmera e montagens longas, é uma subversão radical de como a profissão foi retratada no século passado” pela Variety; e o brazuca Omelete elogiando “Jennifer Lopez em seu melhor papel no cinema” ao contar uma “história moralmente cinza, mas cheia de glitter”.
Brasil vai pro Oscar ou não vai?
Rio de Janeiro, década de 1940. Eurídice (Carol Duarte) é uma jovem talentosa, mas bastante introvertida. Guida (Julia Stockler) é sua irmã mais velha, e o oposto de seu temperamento em relação ao convívio social. Ambas vivem em um rígido regime patriarcal, o que faz com que trilhem caminhos distintos: Guida decide fugir de casa com o namorado, enquanto Eurídice se esforça para se tornar uma musicista, ao mesmo tempo em que precisa lidar com as responsabilidades da vida adulta e um casamento sem amor com Antenor (Gregório Duvivier).
Baseado no romance de Martha Batalha e dirigido pelo premiado Karin Ainouz, de “Madame Satã e “O Cèu de Sueli”, “A Vida Invisível” foi escolhido pela Academia Brasileira de Cinema para disputar uma vaga entre os cinco finalistas ao Oscar de Filme Estrangeiro, principalmente por ter levado o prêmio Un Certain Regard do último Festival de Cannes e ter a participação especial de Fernanda Montenegro, única brasileira indicada ao prêmio da Melhor Atriz da Academia de Hollywood.
Documentários musicais
Após o britânico “A Música da minha vida” se inspirar em sua obra, Bruce Sprinsteen volta ao cinema com “Western Stars”, documentário que reúne músicas do concerto referentes ao disco do mesmo nome. Para fãs.
Outro astro que vai aparecer na telona é o Roberto Carlos, no show gravado em Jerusalém em 2011, e exibido na Globo. Para que pagar ingresso para ver de novo? Foram o som de cinema, no Topázio Jaraguá ele será exibido em 3D. “Roberto Carlos em Jerusalém” será exibido esta semana em apenas 50 cidades em todo o Brasil, e antes do show propriamente dito, há um documentário inédito de 17 minutos, contando os bastidores da gravação e mostrando o rei passeando por lugares sagrados da Terra Santa. Somente sexta e sábado. E domingo, no Polo Shopping, mas em 2D.
O que é Matrix?
Para fãs de scifi em geral, quem volta para uma curta temporada é “Matrix”, que completou 20 anos em 2019. É um dos filmes mais influentes de todos os tempos e fez parte da grande safra de 1999, que inclui “Clube da Luta”, “O Sexto Sentido”, “Magnólia” e “Quero ser John Malkovich”.
É a obra-prima das hoje irmãs Wachowski, que mistura aventura cyberpunk com filosofia e efeitos especiais que são referências até hoje. Keanu Reeves fez piada no trailer do terceiro “John Wick”, ao solicitar “guns, lot of guns”, frase famosa de Neo. Um quarto “Matrix” já foi anunciado e está em fase de pré-produção.
*Marcos Kimura é jornalista e curador do Cineclube Indaiatuba (SP).
fotos: reprodução