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Falando de cinema: Sci-fi com Brad Pitt, Hebe e animação da Dreamworks são as novidades da semana

MARCOS KIMURA*

Brad Pitt está e volta às telas poucas semanas depois de “Era uma vez em Hollywood”, desta vez numa viagem espacial para salvar o planeta, em “Ad Astra”. Outros lançamentos importantes são “Hebe, a Estrela do Brasil”, com Andréa Beltrão como a mais famosa comunicadora brasileira; e “Abominável”, animação dos mesmos produtores de “Como treinar seu Dragão” e “Shrek”.

Em “Ad Astra”, Brad Pitt é Roy McBride, um astronauta que sonha em concluir o trabalho da vida de seu pai, Clifford (Tommy Lee Jones), que desapareceu no espaço há 20 anos. Mas é só quando a Terra corre um sério risco de destruição, que ele é enviado para uma missão secreta para completar o que seu pai começou.

O diretor James Gray tem um currículo mais voltado ao drama existencial do que à ficção-científica, então esse é o tom do filme, que tem recebido boas críticas, principalmente a atuação de Brad Pitt. O currículo de Gray inclui “Z: A Cidade perdida” (2016) e “Era uma vez em Nova York” (2013), exibido no Cineclube Indaiatuba. Confira a programação completa de horários.

No elenco também estão Ruth Nega (do seriado “Preacher” e indicada ao Oscar por “Loving: uma história de Amor”), Donald Sutherland (“M.A.S.H.”, “Invasores de Corpos”),  Liv Tyler (“Armageddon”, “Beleza Roubada”) e Natasha Lyonne (seriados “Boneca Russa” e “Orange is the new black”).

“Gracinha!”

Na onda de cinebiografias que assola o País (Chacrinha, Paulo Coelho, Tim Maia, Wilson Simonal) não é de se admirar que surja a de Hebe Camargo, a apresentadora mais popular do Brasil, sem nunca ter trabalhado na Globo. O papel exige uma atriz de peso, e Andréa Beltrão supera o fato de não parecer nada com a retratada com seu talento histriônico.

“Hebe: A Estrela do Brasil” evita contar sua história de forma linear, fazendo um recorte no período em que, já no auge da carreira, tem que enfrentar o ciúme e machismo do marido Lélio (Marco Ricca) e a censura do regime militar. Confira a programação completa de horários.

A direção é de Maurício Farias (“Vai que dá certo 1 e 2”, “A Grande Família: o Filme”) e no elenco estão Danton Mello, Caio Horowitz e diversas personificações de famosos que passaram pela vida de Hebe, como as melhores amigas Lolita Rodrigues (Karine Telles) e Nair Bello (Cláudia Missura), Sílvio Santos (Daniel Boaventura), Chacrinha (Otávio Augusto), Dercy Gonçalves (Stella Miranda) e Roberta Close (Renata Bastos).

Homem-das-neves

Na nova animação da Dreamworks (historicamente, a principal concorrente da Pixar e Disney), “Abominável”, Yi é uma adolescente que, certo dia, descobre que um yeti (ou, “abominável homem das neves”) está no telhado do prédio em que ela mora, em Xangai. A partir disso, ela e seus colegas passam a chamar a criatura mística de “Everest” e, ao criarem laços com o animal, decidem levá-lo até sua família, que está no topo do planeta. Porém, os três amigos terão que conseguir despistar o ganancioso Burnish e a zoóloga Dra. Zara, que querem pegar o yeti a qualquer custo.

O Oscar de Sophia Loren

Encerrando o Festival de Filmes Italianos no Topázio do Shopping Jaraguá, será exibido nesta quinta-feira, 26, às 15h e 19h30. “Duas mulheres” (1960), de Vittoria De Sica, obra que deu o Oscar a Sophia Loren, em 1962. O ingresso é um quilo de alimento não-perecível, que será revertido à Sociedade São Vicente de Paulo. Antes da sessão das 18h haverá a apresentação do cantor José Prado interpretando clássicos do cancioneiro italiano.

Durante a Segunda Guerra Mundial, Cesira (Sophia) é uma viúva, dona de um próspero mercado em Roma que decide voltar á sua vila natal com sua filha Rosetta (Eleonora Brown), temendo as bombas aliadas. Lá, elas vivem felizes, apesar da carestia, e Cesira desperta o interesse de um jovem intelectual, Michele (Jean-Paul Belmondo).

Quando os Aliados avançam sobre a Itália, ela julga ser seguro voltar à capital, apenas para se deparar com os horrores da guerra. Baseado num romance de Alberto Moravia, “Duas Mulheres” tornou Sophia a primeira atriz a vencer o Oscar de Melhor Atriz em um filme não falado em inglês (a segunda seria Marion Cotillard por “Piaf”, em 2008).

Freud: Conselheiro amoroso

O Cine Cult da próxima terça-feira, dia 1º, exibirá “A Tabacaria”, de Nikolaus Leytner, às 19h30, no Topázio do Shopping Jaraguá. com ingresso único a R$10. Franz (Simon Morzé) é um jovem de 17 anos que começa a trabalhar como aprendiz em uma tabacaria onde Sigmund Freud (Bruno Ganz) é cliente, e após um tempo, os dois estabelecem uma forte relação de amizade.

O rapaz se apaixona por Anezka (Emma Drogunova), e começa a pedir conselhos amorosos para Freud que, embora tenha desvendado os mistérios do inconsciente, reconhece que até mesmo para ele os mistérios femininos são uma incógnita (é dele a frase “o que querem as mulheres, afinal?”). Em meio à ameaça de anexação da Áustria pela Alemanha nazista, os três personagens se vêem no dilema entre sair do país ou permanecer nele.

É o último filme de Bruno Ganz, morto em fevereiro deste ano, mais conhecido hoje em dia por ter interpretado Hitler em “A Queda” (2004), mas que é querido pelos cinéfilos por sua colaboração com Wim Wenders em “Asas do Desejo” (1987) e “O Amigo Americano” (1977).

PALAVRA-CHAVE: HEBE

*Marcos Kimura é jornalista, curador do Cineclube Indaiatuba (SP) e escreve sobre cinema às quartas.

fotos: reprodução/divulgação