
Olhos vermelhos, visíveis, lacrimejamento, sensação de corpo estranho, ardência, fotofobia, visão embaçada e exclusão que gruda as ocorrências inchadas são os sintomas da conjuntivite, a doença ocular externa mais frequente durante o verão. De acordo com o oftalmologista Leôncio Queiroz Neto, diretor executivo do Instituto Penido Burnier de Campinas, a conjuntivite acontece durante o ano todo. Uma prova disso, são os dados da Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo que apontam no ano aumento de 50% da conjuntivite na capital, de 35% no estado e de 27% em Campinas. Outros estados que tiveram surto em 2025 foram Minas Gerais e Rio Grande do Sul.
O que é conjuntivite
O oftalmologista explica que a conjuntivite é uma inflamação da conjuntiva, membrana transparente e avascular que reveste o globo ocular e parte interna das lesões superiores e inferiores que protegem nossos olhos. Quando fica inflamada por algum motivo, provoca inchaço nas sombras e dilatação dos vasos da esclera (branco dos olhos) que fica abaixo da conjuntiva. É por isso que os olhos ficam vermelhos. Quando o tratamento é adiado, a córnea também é atingida e esta dupla inflamação é conhecida por ceratoconjuntivite. A ceratite, inflamação da córnea é a quinta causa mais frequente no mundo de perda da visão segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde). Portanto a conjuntivite não é uma condição menor. Pode ter consequência grave quando uma infecção atinge a córnea.
Gatilhos, tipos e causas
Queiroz Neto afirma que todos os tipos de conjuntivite podem acontecer em qualquer época do ano, mas é comum a ocorrência de surtos de vírus e bactérias no verão. Isso porque, explica, as aglomerações em praias e piscinas facilitam a transmissão de microrganismos. Por outro lado, o cuidado nos olhos causado pelo sol, água do mar e ressecamento da lágrima provocado pelo excesso de ar condicionado aumenta a predisposição a infecções.
” A conjuntivite viral é o tipo mais frequente e se diferencia da bacteriana pela sintomatologia viscosa e transparente. Tem como principal agente o mesmo vírus do resfriado, o adenovírus, embora também possa ser causado por outras cepas, como por exemplo o vírus do sarampo, o coronavírus e o herpes.
A conjuntivite bacteriana , comentamos, é caracterizada por manifestações amareladas, causadas por diferentes cepas, sendo que os mais comuns são Staphylococcus aureus, Streptococcus Pneumonia e Haemophilus spp, mas também podem ocorrer por clamídia, entre outros, comentamos.
Já a conjuntivite alérgica , explicada, é causada por uma hipersensibilidade à poeira, pelos de animais, pólen, ou ainda estar associada a doenças alérgicas como atopia, rinite ou asma.
Queiroz Neto ressalta que a conjuntivite tóxica é mais frequente entre mulheres pela exposição da mucosa ocular aos cosméticos e maquiagem. Um estudo conduzido pelo oftalmologista também mostra que o mau uso do filtro solar no verão é uma causa importante de conjuntivite tóxica porque a aplicação em excesso e a transpiração durante os banhos de sol facilitam a penetração do produto nos olhos.
Tratamento
“O tratamento da conjuntivite depende da causa, por isso o diagnóstico é fundamental. Um colírio errado pode agravar o quadro, por isso evite a automedicação”, recomenda. Queiroz Neto afirma que podem ser receitas de colírios, lavagem e limpeza frequente das secreções pelo menos três vezes ao dia com gás embebido em água filtrada ou soro fisiológico.
Os quadros virais que muitos acreditam bastar o tratamento sintomático, com frequência desativar o uso de corticóide e em caso de contaminação vírus pelo herpes pode ser necessário o uso de antiviral. Se houver conjuntivite bacteriana, é necessário o uso de antibiótico. Quando a causa é alérgica, é preciso evitar contato com o alérgeno, e anti-histamínicos ou corticoides descritos podem ser prescritos. Na conjuntivite tóxica a recomendação é lavar abundantemente os olhos com água filtrada e não desaparecer o desconforto marcar consulta oftalmológica.
Prevenir
Os principais cuidados para prevenir a conjuntivite enumerados por Queiroz Neto são:
- Lave as mãos com frequência;
- Evite tocar neles;
- Evite abraços, apertos de mão e beijos;
- Separe fronhas e toalhas;
- Não maquilhagem;
- Só use maquiagem e cosméticos dentro do prazo de validade;
- Separe fronhas e toalhas;
- Evite exposição a agentes irritantes;
- Proteja os olhos do sol com chapéu e óculos escuros;
- Evite camadas espessas de filtro solar na região periocular.
- Limpe objetos de uso compartilhado com álcool gel;
Com informações: Eutrópia-Turazzi/LDc Comunicação






