do Bem Estar
As pessoas infectadas com o vírus da imunodeficiência humana que fumam são muito mais propensas a morrer de câncer de pulmão do que pelo HIV, disseram pesquisadores nesta segunda-feira (18).
“Ter HIV e usar tabaco podem, juntos, acelerar o desenvolvimento do câncer de pulmão”, advertiu um estudo publicado na revista “Journal of the American Medical Association (JAMA) Internal Medicine”.
Fumar reduz a expectativa de vida entre as pessoas que vivem com HIV e que recebem terapia antirretroviral para manter sua doença controlada — mais do que o próprio HIV, acrescentou. As conclusões são particularmente preocupantes porque fumar é muito comum entre pessoas com HIV. A prevalência de fumantes neste grupo nos Estados Unidos é de 40%, cerca do dobro do que no resto da população americana.
“O tabagismo e o HIV são uma combinação especialmente ruim quando se trata de câncer de pulmão”, disse o autor principal do estudo, Krishna Reddy, médico no Hospital Geral de Massachusetts, em Boston.
“As taxas de tabagismo são extraordinariamente altas entre as pessoas com HIV, e tanto o tabagismo como o HIV aumentam o risco de câncer de pulmão”.
Quase 25% das pessoas que aderem bem aos medicamentos anti-HIV, mas continuam fumando morrerão de câncer de pulmão, de acordo com o estudo. As pessoas com HIV que tomam medicamentos antivirais e fumam têm entre seis e 13 vezes mais probabilidades de morrer de câncer de pulmão do que de HIV/aids, acrescentou.
Mas há esperança para aqueles que conseguem parar.
Apenas cerca de 6% dos fumantes que abandonaram o cigarro aos 40 anos morrerão de câncer de pulmão, de acordo com o estudo, que é baseado em projeções usando um modelo de computador. “Parar de fumar é uma das coisas mais importantes que as pessoas com HIV podem fazer para melhorar sua saúde e viver mais tempo”, disse o coautor Travis Baggett, também do Hospital Geral de Massachusetts.
Cerca de 60 mil das 644,2 mil pessoas com entre 20 e 64 anos vivendo com HIV e recebendo cuidados devem morrer de câncer de pulmão até os 80 anos se os hábitos de tabagismo não mudarem.