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Governo do Estado nega flexibilização antecipada em Campinas

O coordenador do centro de contingência do Estado no combate ao coronavírus, infectologista David Uip, negou a possibilidade de Campinas (SP) ou qualquer outra cidade paulista implementar medidas de flexibilização, como abertura e retoma de comércios e serviços, antes do dia 10 de maio, prazo final da quarentena em São Paulo.

A afirmação foi feita nesta terça-feira (28), durante coletiva no Palácio dos Bandeirantes, na capital. Em anúncio no dia anterior, o prefeito de Campinas, Jonas Donizette, apresentou um plano e tinha como meta implementá-lo a partir do dia 4. Chegou a dizer que ligaria para o governador João Doria para “tentar fazê-lo entender”, mas também afirmou que seguiria o que o Estado determinasse.

“Tem ficado claríssimo a posição do governo Estado de São Paulo, não tem qualquer possibilidade de plano, de qualquer lugar, antes do dia 10 de maio, e é muito importante a participação do municípios, especialmente de Campinas”, disse Uip. Em nota, a prefeitura afirma que ainda não recebeu oficialmente do governo do Estado a resposta sobre o pedido.

O coordenador do centro e o secretário de Estado da Saúde, José Henrique Germann, confirmaram o recebimento do plano enviado pelo secretário municipal de Saúde, Carmino de Souza. “Nós recebemos o plano ontem, estamos estudando, será submetido a todo centro de contingência”, afirmou Germann.

“O Carmino, ex-secretário de Estado, secretário em Campinas há vários anos, extremamente experiente e amigo, apresentou um plano que foi discutido com muita gente, muito bem elaborado, é uma contribuição. Mas não há discussão de implementação antes do dia 10”, completou Uip.

Sobre o plano, a diretora do Departamento de Vigilância Sanitária (Devisa) de Campinas, Andrea Von Zuben, reforça que a cidade está organizada para a tomada das medidas, assim que houver autorização para implantá-las.

“As pessoas precisam entender que o vírus não vai sumir. A gente só tem um jeito, a vacina, que a expectativa é de 1 ano e meio a 2 anos. Gradualmente, as pessoas têm que voltar a viver. A gente não vai ficar dois anos fechado. Ninguém aguenta e o pais colapsa”, defende. Segundo Andrea, o que foi feito no período de isolamento e medidas mais restritivas foi a preparação para atender ao eventual aumento da demanda.

“A lógica é preparar o sistema, isolamento social, para ter leitos suficientes, EPI suficiente, respiradores suficientes, e testes suficientes. A gente tem teste, PCR da Unicamp, PCR do Adolfo Lutz, teste rápido. A gente aumentou a quantidade de leitos e respiradores. Tá abrindo hospital de campanha. A gente conseguiu organizar a compra de EPIs. A gente tem taxas de ocupação de UTI baixas, o sistema está preparado”, completa.

foto: divulgação