Polícia

Guarda de Salto passou por restruturação em 2017, com destaque para a Romu

HUGO ANTONELI JUNIOR

SALTO – O Comando Notícia visitou a sede da Guarda Municipal e conheceu como a instituição, prestes a completar 35 anos em 2018, funciona. Com quase seis mil atendimentos neste ano, de acordo com o diretor, Márcio Paludeto, a Guarda terá duas viaturas novas e traz entre os destaques a Romu – grupo de elite que combate o tráfico de drogas, e o canil – que conta com oito cães. Ao lado da Polícia Militar, no Jardim Três Marias, a entidade costura parcerias com Indaiatuba e Campinas. [veja todas as fotos da visita no final do texto]

“A maioria das ocorrências foram de cunho social e atendimento ao público, como eventos e até levar munícipes ao hospital. Também tivemos neste ano a área criminal. Operações deste tipo resultaram em 160 prisões, sendo que a maioria é relacionada com o tráfico de drogas, além de apoio às polícias Civil e Militar”, conta. São 140 guardas e 21 viaturas, sendo que 10 são locadas e 11 pertencem ao município, duas novas já chegaram e estão só esperando o adesivo para irem às ruas.

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Um dos cães aposentados (esquerda) com o novo dono e Marley, ainda de serviço para o Canil da Guarda.

Na sede da Guarda também fica o Canil, fundado em 2010. “Basicamente os oito cães são treinados na função faro de entorpecentes, armas, localização de pessoas, busca em matas e exibição em escolas. Infelizmente, quando assumimos alguns cães estavam um pouco doentes e não tinha tanta estrutura, mas hoje conseguimos recuperá-los”, revela Paludeto. Eram dez, dois deles foram aposentados em 2017.

“A prioridade de adoção é sempre dos guardas e depois da população. Um foi para um guarda e o outro está em adaptação com um popular”, afirma. Novos cães podem integrar a corporação. “O ideal é que venham filhotes porque é mais fácil de ensinar, desde que seja um padrão exigido pelo Canil”, diz.

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Romu e violência na cidade

Um dos grupos que mais de destacou neste ano, inclusive com diversas notícias publicadas pelo Comando, foi a Romu (Ronda Ostensiva Municipal), que é formada por guardas de elite que combatem as drogas. Uma das novidades para 2018, segundo o diretor, é a tentativa de implantar outra viatura com as mesmas responsabilidades.

“Não tem uma área da cidade que é mais violenta. É óbvio que bairros onde há maior população, a tendência é que haja mais crimes, mas é proporcional, nenhuma das áreas pode ser considerada mais perigosa”, diz. Os furtos, informa Paludeto, é que às vezes preocupam. “Mas são esporádicos, não há um crescimento. Eles sobem e depois voltam a cair”, diz.

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Romu, destaque no combate às drogas, e – ao fundo -, o veículo do GPE, dos guardas treinados para grandes eventos.

Guarda com poder de polícia

Instituída para que os municípios pudessem criar corporações próprias para patrulhar os patrimônios públicos, as guardas se tornaram a solução para a segurança, principalmente no interior. Desde a criação da corporação, de acordo com o diretor, a Guarda de Salto já cumpre um papel fundamental na segurança da cidade. “Mesmo que muitas pessoas não percebam, mas a presença da guarda é muito valiosa. Não digo por fazer parte, mas por ser morador de Salto”, diz.

“A verdade é que a Guarda supre uma necessidade que o estado não cobre. A gente sempre atendeu as ocorrências criminais. A gente passou de defensores de patrimônio público para a defesa da pessoa”, afirma. Os seis mil atendimentos e 160 prisões são, de acordo com Paludeto, um recorde para a Guarda de Salto.

“A cidade é dividida em quatro partes e nós atendemos áreas muito importantes, como a ronda escolar e a ronda patrimonial. Uma das mudanças que teve foi que o curso que os guardas tem que fazer e era feito fora, atualmente é aqui em Salto mesmo. Este ano foi de muita restruturação e no ano que vem deverá ter novidades. Concurso ainda não foi conversado, mas pode haver um planejamento para ter em 2019”, conta.

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Especializações e parcerias com Indaiatuba, Itu e Campinas

O diretor da guarda revela que a Guarda ganhou em 2017 o Grupamento de Pronto Emprego (GPE), para cobertura de eventos de grande porte. “São 20 guardas que foram treinados em Campinas, em um local onde são treinados os agentes que trabalham nos grandes eventos”, diz.

Os profissionais estão espalhados pela Guarda e podem agir em casos de eventos ou protestos. “Quando tínhamos algum evento grande aqui, os guardas que iam trabalhar não tinham este treinamento para se proteger de pedradas, por exemplo, mas agora eles tem”, afirma.

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Parcerias com as guardas de Itu e Indaiatuba, duas cidades que fazem limite com Salto, não são descartadas em um futuro próximo. “Sempre estamos em contato com as corporações das cidades vizinhas porque pode acontecer de um carro fugir de lá e vir para cá, como aconteceu este ano em um caso de um carro que fizemos na rua Japão, vindo de Indaiatuba”, relembra.

Outra ocorrência que os guardas de Salto foram avisados foi o roubo à banco de agosto, quanto quatro bandidos foram mortos em um bairro de chácaras em Indaiatuba. “Nós fomos apoiar, nos chamaram. Quando é assim, eles nos avisam e rapidamente nós tentamos fazer o cerco. Conseguir pegar ou não é uma consequência porque tem a rapidez da rodovia e os lugares para esconderijo, mas a gente tenta”, afirma.

“No ano que vem devemos ter parcerias com as Guardas, principalmente com a de Indaiatuba no que diz respeito à monitoramento veicular. Acho importante cercarmos as cidades da região em parcerias”, encerra.

fotos: Hugo Antoneli Junior/Comando Notícia