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HC da Unicamp fica sem pacientes Covid-19 na UTI pela 1ª vez na pandemia

O Hospital de Clínicas (HC) da Unicamp, em Campinas (SP), informou na terça-feira (7) que não possui pacientes internados em leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) exclusivos para Covid-19 desde o fim de semana. É a primeira vez em 21 meses que isso ocorre. A unidade é uma das referências no estado para atendimento da doença.

Segundo a unidade, tinha , até  terça, oito pacientes em leitos de enfermaria para doença. A última paciente internada em UTI, uma moradora de Franco da Rocha (SP) de 69 anos, faleceu no fim de semana após ficar 15 dias internada.

O número de oito pacientes internados em enfermaria também é o menor desde o início da pandemia para esse setor do hospital. Os leitos de enfermaria recebem pessoas com menor gravidade.

Chefe da disciplina de Infectologia da Faculdade de Ciências, Mariângela Ribeiro Resende afirmou que, apesar de celebrar a situação e o avanço da cobertura vacinal, o momento é de manter a vigilância ativa, principalmente ao considerar o surgimento de variantes.

“A gente não está encerrando os esforços e o enfrentamento da Covid, a gente está celebrando o momento de cobertura vacinal grande, do controle da gravidade dos casos, mas com vigilância bastante ativa em relação às novas variantes”, disse Resende.

O médico infectologista do HC, Plínio Trabasso, afirmou que a expectativa é iniciar a reversão do atendimento de Covid-19 para as doenças gerais, mas mantendo estruturas exclusivas de coronavírus. “Já faz mais de um mês que nós temos um número muito reduzido de pacientes sendo atendidos diariamente”.

“Durante todo esse período nós tivemos um represamento dos pacientes com outras doenças, que não puderam ser atendidas. Pessoas graves, também. Acabamos podendo atender apenas pacientes com trauma ou pacientes oncológicos (…) e agora podemos reverter o atendimento para pacientes mais geral, mantendo alguns leitos reservados”, completou Trabasso.

Atualmente, o HC possui 10 leitos exclusivos de terapia intensiva para pacientes com Covid-19. No pior momento da pandemia, chegou a abrigar 63 leitos de UTI, 93 de enfermaria adulto, quatro leitos de UTI pediátrica e metade da capacidade instalada do Pronto Socorro (UER).

Demissões e afastamentos dificultam

 

Superintende em exercício do hospital, Elaine Cristina de Ataíde afirma que as demissões durante o período da pandemia, além de afastamentos de profissionais são uma dificuldade para a reversão do atendimento apontada por Trabasso.

“Eu acredito que até o primeiro trimestre de 2022 a gente esteja com a capacidade perto do normal para conseguir atender esses pacientes. Todos os esforços internos estão sendo para isso, que essa retomada seja o mais rápido possível”.

De acordo com a assessoria do HC, o governo do Estado e o Ministério da Saúde viabilizaram R$ 33.907.317,67 para o custeio exclusivo dos leitos de internação Covid, compra de insumos e aquisição de equipamentos.

A unidade contratou 408 funcionários temporários, a maioria técnicos de enfermagem, enfermeiros, fisioterapeutas e médicos que atuaram com os colaboradores do hospital.

Mariângela Ribeiro Resende, Elaine Cristina de Ataide e Plínio Trabasso, do Hospital de Clínicas (HC) da Unicamp, durante coletiva de imprensa — Foto: Heitor Moreira/EPTV
 
Mariângela Ribeiro Resende, Elaine Cristina de Ataide e Plínio Trabasso, do Hospital de Clínicas (HC) da Unicamp, durante coletiva de imprensa — Foto: Heitor Moreira/EPTV
 
 
Foto: Caius Lucilius/HC da Unicamp