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Horário de verão começa sábado; adaptação leva até sete dias

do Zero Hora

Brasileiros de 10 Estados e do Distrito Federal deverão adiantar os relógios em uma hora neste domingo (15). A mudança permanece até o dia 17 de fevereiro, quando termina o horário de verão.

Neste ano, estudos realizados pelo Ministério de Minas e Energia apontaram que a adoção da hora adiantada na época mais quente do ano não resulta mais em economia de energia, e que não há relação direta com a redução de consumo e demanda. Essa questão levou o governo a discutir o cancelamento do horário de verão neste ano, mas a falta de tempo hábil para fazer uma consulta à população sobre o assunto adiou a decisão.

Adaptação ao horário de verão leva até sete dias

Segundo especialistas, a adaptação pode ser feita em um período de cinco a sete dias. Quem costuma sentir os efeitos da mudança de horário no organismo deve começar a se preparar desde já, adiantando gradualmente a hora de dormir.

As consequências da mudança de horário no organismo podem ir desde mal-estar, dificuldades para dormir, sonolência diurna e até alterações de apetite. Segundo o médico, é preciso tomar alguns cuidados nos dias seguintes à mudança de horário, como evitar dirigir distâncias longas.

Os idosos e as crianças, por terem uma necessidade maior de sono e de rotina, podem sentir mais os efeitos da mudança de horário. Uma dica para melhorar a adaptação é dormir com a janela aberta, para que a luminosidade natural ajude a despertar mais cedo.

Adiantamento dos relógios é adotado anualmente desde 1985

De acordo com autoridades do setor elétrico, a manutenção do horário de verão é considerada uma “questão cultural”. Isso se deve principalmente à popularização dos aparelhos de ar-condicionado, já que os relatórios apontam que a temperatura é o que mais influencia os hábitos do consumidor, e não a incidência da luz durante o dia. Segundo o ministro de Minas e Energia, Fernando Coelho Filho, o pico de demanda atualmente ocorre no início da tarde, entre 14h e 15h, quando a temperatura está mais alta.

No passado, o horário de maior consumo de energia era registrado entre 17h e 20h, quando os trabalhadores retornavam para casa e tomavam banho. Para dar mais folga e segurança ao sistema, adiantar os relógios em uma hora permitia, por exemplo, atrasar o acionamento da iluminação pública nas ruas – o que reduz custos do sistema elétrico. A economia de energia nesse horário ainda ocorre atualmente, mas é menor do que o aumento do consumo verificado durante as madrugadas por causa do uso do ar-condicionado entre meia-noite e 7h.

No ano passado, de acordo com dados do Ministério de Minas e Energia, o horário de verão durou 126 dias e gerou uma economia de R$ 159,5 milhões ao sistema, ao reduzir o acionamento de usinas termoelétricas.

Nos países desenvolvidos, o horário de verão é mais extenso do que no Brasil. Na Europa, vigora de março a outubro; nos Estados Unidos, México e Canadá, de março a novembro.

 Quando começou o horário de verão?

A primeira vez que o país o adotou foi em 1931. Desde 1985, ele foi aplicado todos os anos. Neste ano, o governo avaliou que não haveria tempo hábil para fazer uma consulta à população sobre o assunto para decidir a extinção ou a manutenção do horário de verão.

A enquete, no entanto, será realizada, mas com mais tempo para que a população possa opinar e para que o governo possa avaliar os resultados e deliberar sobre a questão.

foto: divulgação