Idosos fizeram filas com espaçamento adequado na porta da Unidade Básica de Saúde (UBS) do João Pioli na manhã desta terça-feira (14). Todos usavam máscaras de proteção. A primeira da fila conversou com o Comando Notícia e disse que chegou antes das 6 horas no local. “Minha filha me trouxe”, relata. “Estou ficando em casa, não posso sair, meus filhos não deixam, mas hoje tive que vir tomar vacina”, informa. “São nove filhos, eles pegam no pé para eu ficar em casa”, completa.
Duas mulheres estavam na terceira posição na fila. As duas usavam máscaras diferentes. “A minha foi dada pela empresa”, disse uma delas. “A minha eu pedi para fazer”, conta a outra. O pano usado na máscara dela tinha desenhos de cupcakes. “Sou do grupo de risco, então preciso de máscara”, disse, mostrando também a luva que usava em uma das mãos. A fila de pessoas ficou em paralelo com uma fila de carros. “Chegamos faz mais de uma hora”, disse uma das mulheres por volta das 7h20. “Vimos as notícias de que teria vacinação e resolvemos vir.”
Indaiatuba (SP) recebeu cerca de 4 mil doses de vacina contra a gripe influenza. Todas as unidades fizeram a imunização hoje, mas doses já terminaram e não há previsão de quando serão ofertadas novas doses. Os grupos prioritários são idosos acima de 60 anos e pessoas que trabalham com a saúde.
Estado de São Paulo
O Estado de São Paulo vacinou 100% dos idosos contra a gripe, marco histórico alcançado em tempo recorde, num período de apenas 17 dias de campanha. No total, 5,9 milhões de doses já foram aplicadas para o público desta primeira etapa, que inclui também profissionais de saúde e das forças de segurança e salvamento.
Diariamente, cerca de 500 mil pessoas compareceram aos postos. Entre os dias 23 de março e 9 de abril, foram aplicadas doses em 4,8 milhões de idosos (100%) e 1 milhão de trabalhadores de saúde (74%). No ano passado, coberturas vacinais similares só foram alcançadas após oitenta dias de campanha para esses grupos prioritários.
“As coberturas vacinais alcançadas até aqui são impressionantes e refletem a dedicação dos vacinadores do SUS, bem como a conscientização da população sobre a importância da proteção individual e coletiva contra as doenças respiratórias”, parabeniza o Secretário de Estado da Saúde, José Henrique Germann.
No contexto da pandemia de COVID-19, o SUS de SP iniciou a campanha priorizando idosos e profissionais da saúde. Além disso, desde 30 de março, mais de 67 mil profissionais das forças de segurança e salvamento já receberam as doses, por meio da antecipação da campanha em duas semanas para esse público.
“A vacina previne a população-alvo contra o vírus Influenza e é fundamental para evitar complicações decorrentes da gripe. Lembramos que o respeito às etapas e às orientações dos postos é necessário para que não ocorram aglomerações, de forma a evitarmos a transmissão de doenças respiratórias, como a COVID-19 e a própria gripe”, reforça a diretora de Imunização da Secretaria, Nubia Araujo. “A vacina não causa gripe em quem tomar a dose, pois é composta apenas de fragmentos do vírus que causam a devida proteção”, explica.
O início da campanha em 2020 foi antecipado em três semanas, graças à agilidade do Instituto Butantan, que entrega ao Brasil 75 milhões de doses da vacina. São 10 milhões de doses a mais do que as fornecidas ao país em 2019. Neste ano, as doses são constituídas por três cepas de Influenza: A/Brisbane/02/2018 (H1N1)pdm09; A/South Austrália/34/2019 (H3N2); e B/Washington/02/2019 (linhagem B/Victoria).
Coronavírus
A vacina contra a gripe não imuniza contra o novo coronavírus, mas a campanha é fundamental para reduzir o número de pessoas com sintomas respiratórios nos próximos meses. “Além de proteger a população contra a Influenza, precisamos minimizar o impacto sobre os serviços de saúde em meio a pandemia de COVID-19, já que os sintomas destas doenças são semelhantes”, diz o Secretario de Estado da Saúde, José Henrique Germann.
A orientação aos profissionais que trabalharão na campanha é para que haja organização da fila e do ambiente. Deverá ser feita uma triagem com identificação de sintomático respiratório – presença de febre, tosse, coriza e falta de ar. Se a pessoa tiver febre ou mau estado geral, deverá ser colocada máscara no paciente e adiada a vacina, com orientação para ida a um serviço de saúde. Máscaras também deverão ser colocadas naqueles que tiverem tosse ou coriza, mas nesses casos a dose poderá ser aplicada, e ainda assim a pessoa será orientada para procurar um serviço de saúde.
As equipes deverão anotar as doses aplicadas, com mesas e distanciamento de pelo menos 1 metro entre o anotador e paciente. Cada profissional deverá usar caneta própria e álcool deverá ficar disponível para uso. O vacinador não precisa utilizar luvas nem máscara cirúrgica, apenas seguir as normas de higienização.
fotos: Hugo Antoneli Junior/Comando Notícia