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Indaiatuba registra alta de 44% em “risco de sofrer crimes violentos”, a sexta maior do Estado

HUGO ANTONELI JUNIOR

Indaiatuba (SP) está entre os 10 municípios em que houve aumento do Índice de Exposição a Crimes Violentos (IECV) entre os anos de 2017 e 2018. A cidade é a sexta entre as dez cidades em que houve o maior aumento na comparação dos dois períodos. No índice referente a 2017 Indaiatuba estava com 9,7. Em 2018 o aumento foi de 44,3% para 14. No ranking geral a cidade está na posição 102, tendo 6,3 na categoria “crimes letais”, 40,3 na categoria “dignidade sexual” e 3,0 para crimes patrimoniais.

Além de Indaiatuba também estão entre as cidades que tiveram aumento no índice Amparo, Jaguariúna e Itapira. O Sou da Paz analisa que “chama atenção” que dos 10 em que houve crescimento no índice, cinco estavam anteriormente “entre aqueles com a menor exposição a crimes”. A Prefeitura de Indaiatuba não respondeu aos questionamentos do Comando Notícia.

Apesar disso, o principal dado da pesquisa é de que, no geral, em 2018, o risco de sofrer um crime violento caiu em 79 dos 139 municípios, 57% em relação a 2017. Os dados do levantamento foram divulgados nesta terça-feira (7) e são do Instituto Sou da Paz. Foram pesquisados 139 municípios do Estado de São Paulo com mais de 50 mil habitantes. 

A cidade em que houve o maior aumento foi Ibitinga, que passou de 11,8 para 21,6 (83%). Entre as cidades que diminuíram mais o índices entre 17 e 18 está Vinhedo, que teve queda de 60% de 15 para 5,9, a maior entre as pesquisadas. Outro município da região teve queda de 40% no índice de 25,1 para 14,9 é Paulínia.

Outros dados

  • O número de mortes violentas no estado de São Paulo caiu 11% em 2018 frente a 2017, totalizando 4.314 mortes. Entre as cinco estatísticas criminais que compõem o cálculo da letalidade violenta, lesão corporal seguida de morte foi a única a aumentar (+63%), sendo que o interior foi responsável por 66% das vítimas do estado.
  •  Houve redução de 11% nas vítimas de homicídio no estado, sendo que na Grande São Paulo houve 17% menos vítimas.
  •  Em 2018, houve redução de 13% nos crimes violentos do estado como um todo. Extorsão mediante sequestro e estupro foram os únicos crimes que aumentaram no período analisado. 
  •  O número de roubos (outros) seguiu a tendência de queda, tendo reduzido 14% no estado como um todo. A maior redução se deu no interior, com 20% menos roubos do que em 2017.
  • Em 2018, o número de policiais mortos em serviço e fora de serviço caiu de 61 para 59. Na outra ponta, a letalidade policial no estado de São Paulo  recuou 10%, com 863 pessoas mortas pelas polícias em 2018 frente a 962 em 2017. 
  •  A apreensão de armas seguiu em tendência de queda: foram apreendidas 13.138 armas em 2018, 17% de recuo em relação a 2017 – a maior redução desde 2006. A capital apresentou a redução mais significativa, 17%.
  •  O número de pessoas presas no estado como um todo permaneceu estável. O interior foi a única região em que o número de prisões aumentou (+6%), sendo que o maior aumento foi de 15% nas prisões por mandado.
  • A proporção de vítimas de estupro consideradas vulneráveis – menores de 14 anos ou pessoas cujas condições de saúde as impedem de discernir ou resistir ao ato sexual – aumentou para quase 73% em 2018, contra 68% em 2017.

Sobre o IECV

O IECV, que integra o Boletim Sou da Paz Analisa, é calculado a partir da média ponderada de três subíndices: crimes letais (homicídio e latrocínio), crimes contra a dignidade sexual (estupro) e crimes contra o patrimônio (roubo – outros, roubo de veículo e roubo de carga).

O índice foi criado pelo Instituto Sou da Paz para facilitar uma avaliação que agregue várias dimensões da violência e da segurança pública no estado de São Paulo, agregando diferentes tendências criminais e permitindo uma comparação das estatísticas entre cidades e distritos policiais ao longo do tempo. São analisados, segundo esses critérios, os 139 municípios do estado e 86 DPs da capital com ao menos 50 mil habitantes.

“A criação do índice foi motivada pela compreensão de que a avaliação sobre a exposição à violência dos habitantes de determinado município ou distrito exige um olhar que considere a incidência de todos os crimes violentos. Buscou-se também a criação de uma ferramenta que permitisse comparar municípios e distritos no que diz respeito à vulnerabilidade aos crimes violentos, tanto entre eles como ao longo dos anos”, afirma Ivan Marques, diretor-executivo fo Instituto Sou da Paz.

foto: arquivo/Comando Notícia