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Indaiatuba (SP) recebe espetáculo de contação de história afro-brasileira e oficina de barangandão

O universo se desequilibrou! E agora, quem poderá nos defender? Chapolin Colorado!? É claro, que não. A missão é de maior urgência! Necessita-se de uma divindade. Quem entra na cena? Oxumarê, o senhor do movimento, que transforma e perpetua a vida. E o que mais? O desfecho desta narrativa está no espetáculo infantil de contação de histórias Dan – O que conta o arco-íris, protagonizado pela artista Marina Costa. Em Indaiatuba (SP), a montagem será encenada no próximo sábado (3/8), às 16h, na Comunidade Negra de Indaiatuba (CONI). A entrada é franca.

Contemplada pela Lei Paulo Gustavo, a encenação do espetáculo integra o projeto Dan – O que conta o arco-íris e outras histórias realizado pelo Ministério da Cultura e Governo do Estado de São Paulo, por meio da Secretaria da Cultura e Economia e Indústrias Criativas, com o importante apoio da Associação Cultural Ilê Axé Odara. Além das vivências artísticas, já realizadas em julho, a programação conta com a oficina de barangandão e circulação gratuita da montagem pelo interior do Estado: Indaiatuba, Salto, Itu, Tietê, Hortolândia e Piracicaba.

Com classificação livre, o espetáculo é inspirado em um conto da tradição afro-brasileira. Na trama, o mundo se desequilibra a partir da desavença entre os orixás Olodumáre e Onilê. A fim de restabelecer a harmonia universal, Oxumarê, representado em forma de arco-íris de esperança, é convocado. “Umas das qualidades do arquétipo de Oxumarê é justamente a capacidade de transformar e reequilibrar o universo à nossa volta”, destaca Marina Costa.

Na cena, ao lado da contadora de histórias Marina Costa, a plateia confere a participação dos músicos André Nascimento (cavaquinho) e Lucas Barel (percussão). Além de ser responsável pela execução ao vivo das paisagens sonoras do espetáculo, o trio canta e entoa cantigas do cancioneiro infantil africano, já integradas à musicalidade afro-brasileira, em sintonia com temas ligados ao mito de Oxumarê.

Para a contadora, a montagem se torna uma rica oportunidade para saudar o respeito e a tolerância. “Acreditamos que a maneira mais eficaz de combater qualquer tipo de preconceito é o conhecimento. Historicamente, o racismo, especialmente o racismo religioso, manifesta-se de diferentes formas e em diferentes espaços da nossa sociedade. Cremos que a maneira mais eficaz de eliminá-lo é a promoção de conhecimento e informação, pois estes aproximam os indivíduos em vez de separá-los”.

Ao fim do arco-íris, qual mensagem a montagem gostaria de plantar no coração de cada pequeno espectador? “Para começar, o respeito às regras que organizam nossa comunidade, em especial os valores que nos formam e perpetuam o nosso legado. O espetáculo também rememora outros valores, como a importância de aprendermos o que os nossos mais velhos têm para nos ensinar no âmbito familiar. É o que chamamos de ancestralidade e oralidade. E mais: que esse rememorar e aprender podem ser feitos por meio da brincadeira e da música.”

 

A oficina gratuita

Conduzida pela arte-educadora Josiane Teixeira, a Oficina de Barangandão será ministrada após a encenação do espetáculo. Na ocasião, as crianças terão a oportunidade de construir o seu próprio brinquedo, que tem origem africana e se assemelha a um arco-íris.

“A oficina vem ampliar o momento lúdico da criança, que começou logo antes com a narração. Ou seja, possibilita que a criança materialize e brinque com a história que ela acabou de ouvir. Essa oportunidade aumenta a experiência artística e sensorial”, pontua Marina Costa.

 

A contadora

Pedagoga, contadora de histórias, arte-educadora, cantora e dançarina popular, Marina Costa tem sua referência em tradições de matriz africana. Formada em pedagogia pela Unicamp (Campinas/SP), atua em redes de ensino, espaços de educação não-formal e grupos artísticos. Desde o ano de 2008, dedica-se à arte de contar histórias, participando de formações, oficinas e encontros nacionais e internacionais de contadores de histórias.

 

A sinopse

As regras de uma tradição mantêm o universo em equilíbrio perfeito. Quando um preceito é quebrado, o mundo se desequilibra. Foi isso o que aconteceu depois de uma desavença entre os orixás Olodumáre e Onilê. Por isso Dan, Oxumarê, precisou entrar em ação!

 

SAIBA MAIS

O quê: Espetáculo Dan – O que conta o arco-íris, com Marina Costa
Quando:
 Sábado (3/8), às 16h
Onde: Comunidade Negra de Indaiatuba – CONI (Rua Comendador Antônio Nagib Ibrahim, 341, no Núcleo Habitacional Brigadeiro Faria Lima, em Indaiatuba/SP).
Quanto: Grátis
Informações: @docorpoaoconto

Duração | 50 minutos
Classificação | Livre
Público Infantil | Atividade mais bem aproveitada por crianças a partir de 5 anos

Com informações: Tiago Gonçalves

Foto: Divulgação