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Indaiatuba teve quatro aparecimentos de escorpião por semana em 2018; 42 ao todo

HUGO ANTONELI JUNIOR

INDAIATUBA –  Os dois primeiros meses do ano foram complicados para moradores de alguns bairros da cidade. Um visitante nada agradável apareceu em algumas casas, o escorpião. O Comando Notíciatratou do assunto em outra oportunidade, mas a alta no aparecimento destes aracnídeos está assustando muita gente.

De acordo com o Departamento de Vigilância Epidemiológica da Prefeitura, foram 42 registros de aparecimentos nos dois primeiros meses do ano, média de 4,6 aparecimentos por semana. Os bairros onde foram registrados mais aparecimento foram: Jardim Morada do Sol (8), Jardim Bela Vista (6), Cidade Nova (5), Jardim Pau Preto (5) e Parque São Lourenço (4). Em 2017, foram notificados 13 picadas de escorpião, todas classificadas como leve e com cura.

O coordenador do curso de enfermagem da Faculdade Max Planck, Alexandro Marcos Menegócio, alerta para os cuidados que as pessoas precisam ter em caso de mordida. “Deve-se lavar o local com água abundante, observar o local da picada e não pressionar o local da picada. Também é recomendado beber bastante água e, claro, procurar o serviço médico”, diz.  “A pessoa picada por ter alguns sintomas como enjoo, vômito, queda da pressão arterial, os quais devem ser observados.”

Rodrigo Hidalgo Friciello Teixeira, professor de Clínica Médica de Animais Selvagens da Max Planck, também dá conselhos sobre o que as pessoas devem fazer caso encontrem um escorpião. “Se o encontrar um animal em ambiente natural, mata, quintal ou em terreno com vegetação, a recomendação é não tocar, encostar ou se aproximar do animal, muito menos provocar, perturbar ou agredir. O encontro entre seres humanos e animais silvestres é por simples acaso e ambos se assustam com o encontro, portanto a melhor dica é, cada um deve seguir seu caminho.”

Evitar acumular materiais, manter o terreno sempre limpo, não deixar acumular folhas e matos no quintal são algumas dicas. “Mantenha a cama separada da parede em uma distância de 20 centímetros aproximadamente. É importante também observar bem dentro de botas, sapatos, casacos, jaquetas antes de vestir, manter os ralos cobertos, evitar deixar frestas em paredes e muros, não deixar conduítes e orifícios de tijolos expostos e colocar espelhos nas tomadas.”

Segundo o agente do Departamento de Vigilância Epidemiológica, Ulisses Bernardinetti, na natureza estes animais desempenham um papel importante no equilíbrio ecológico, pois são predadores de outros insetos, mas, na área urbana, são necessárias algumas medidas para evitar a proliferação dos escorpiões.

“Esses animais se abrigam nos esgotos e também sob entulhos, pedras, madeiras e troncos. Por essa razão é imprescindível que a população colabore mantendo terrenos limpos, gramas aparadas, removendo entulhos próximos às casas e dando a destinação correta para o lixo. Dentro de casa os ralos devem possuir dispositivos de fechamento para que possam ser fechados sempre após o uso, os pontos de energia e telefone devem estar devidamente vedados, assim como os buracos em muros e paredes.”

O veneno liberado por este aracnídeo é mais agressivo para crianças em razão de sua massa corporal menor. Quando ocorre um acidente com escorpião, a vítima deve ser encaminhada imediatamente para um pronto atendimento e, se possível, levar o animal junto para identificação. O número do Corpo de Bombeiros é 193 e da Central das Ambulâncias, 192.

As espécies mais comuns e responsáveis pelo maior número de acidentes no Estado de São Paulo são o Tityus bahienses (escorpião marron) e o Tityus serrulatus (escorpião amarelo), um dos mais venenosos e que pode se reproduzir por partenogênese, ou seja, sem a necessidade de acasalamento. De acordo com o departamento responsável da Prefeitura, não há desinsetização eficaz contra o aracnídeo, que sobrevive por muitos meses sem alimento e sem água. Para qualquer dúvida é só ligar no telefone: (19) 3825-5410.

foto: divulgação