Polícia

Indaiatuba teve três mortes em casos de violência doméstica em seis dias

HUGO ANTONELI JUNIOR

INDAIATUBA – Seis dias, três mortes. Os casos? Violência doméstica. A cidade assistiu amedrontada casos de familiares brigando e tudo isso terminar em um funeral. Foi o que aconteceu nos últimos seis dias em Indaiatuba. Foram três mortes, duas de mulheres e uma de um rapaz linchado após supostamente ter agredido mulher e criança.

O primeiro caso foi registrado no Jardim Morada do Sol na noite de domingo (18). Um rapaz levou uma paulada na cabeça depois de ter sido visto agredindo uma mulher e uma criança. De acordo com testemunhas, os casos de violência eram frequentes. Depois de ver a cena da agressão, moradores ficaram revoltados e um deles acertou uma paulada na cabeça do rapaz que caiu com a cabeça na guia. Ele morreu em seguida, mesmo após o socorro.

O segundo caso é a morte de uma mulher em um condomínio de Itaici na noite de sábado (24). Era o dia do aniversário dela e o marido passou com o carro por cima da mulher após uma discussão. Ela chegou a ser socorrida pelo Corpo de Bombeiros, chegou a ficar internada na Unidade de Terapia Intensiva (UTI), mas não resistiu aos ferimentos.

No mesmo dia, só que na Vila Brizzola, um ex-companheiro matou uma mulher com 20 facadas na porta da casa dela. Ele chegou sem avisar e a atacou. A vítima chegou a ser socorrida, mas não resistiu aos ferimentos. Em seguida, o rapaz foi linchado por testemunhas do crime e também foi socorrido.

DSC_6386 cópia

Violência doméstica no Brasil

O número de casos de violência doméstica registrados no Brasil aumentou em 2017, aponta um estudo divulgado em março pelo Departamento de Pesquisas Judiciárias do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). No total, foram relacionados 1.273.398 processos em tramitação nas justiças estaduais em todo o país, sendo que apenas no ano passado foram registrados 388.263 novos casos, um aumento de 16% em relação ao ano anterior. Até o final de 2017, havia um processo judicial de violência doméstica para cada 100 mulheres brasileiras. O número de casos pendentes se manteve estável em 833.289 processos.

Segundo o estudo, o programa “Justiça pela Paz em Casa” seria uma das razões para o aumento do número de processos decididos. A iniciativa prevê que os tribunais estaduais dediquem seus esforços durante três semanas do ano para julgar ações relativas a esses casos. Desde que a adoção do “Justiça pela Paz em Casa”, em março de 2015, até dezembro de 2017, foram proferidas 111.832 sentenças, e concebidas 57.402 medidas protetivas.

 

Feminicídio

Segundo o levantamento, em 2017 ingressaram na justiça estadual 2.795 processos de feminicídio, em média, 8 casos novos por dia, Esses dados correspondem a uma taxa de 2,7 casos a cada cem mil mulheres. No ano anterior foram registrados 2.904 novos casos de assassinatos de mulheres.

Entretanto, alguns tribunais ainda não dispõem de dados estatísticos sobre a violência doméstica contra a mulher. Algumas varas ainda trabalham no recolhimento dessas informações. Isso ocorre porque a lei, estabelecida recentemente, começou a ser incorporada nas tabelas processuais do CNJ apenas em 2016, o que significa que os números podem ser ainda maiores.

foto: arquivo/Comando Notícia