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Indaiatubanos que moram nos Estados Unidos relatam clima em eleição histórica

HUGO ANTONELI JUNIOR

Paranaense de nascimento e indaiatubano de coração, Marcos da Silva, de 42 anos, morador de Aiken, na Carolina do Sul, nos Estados Unidos, falou ao Comando Notícia na noite de terça-feira (6), em um fuso horário de três horas a menos do que o Brasil, sobre as eleições de “meio de mandato” que foram realizadas em todo o território norte-americano. Casado com a indaiatubana Ana Paula, com uma filha nascida na cidade (Paola) – além de outros dois que nasceram na América do Norte (Pedro e Isabelle), ele diz que o estado em que vive deve sacramentar uma derrota ao atual presidente Donald Trump, do partido republicano.

“Aqui você pode voltar até antes do dia da eleição. Primeiro você tem que se registrar para votar porque o voto não é obrigado. Não tem urna eletrônica, então, é bem simples”, relata via internet. A campanha nos Estados Unidos também é diferente do que os brasileiros assistiram nas últimas semanas.

“Eles fazem comício, propaganda na televisão e às vezes o candidato fica na rua em alguma esquina de avenida. Não tenho propaganda obrigatória na televisão e as pessoas não entregam “santinhos” na rua”, diz. “Aqui também os delegados de polícia são as pessoas que escolhem”, informa.

Marcos ainda não pode votar. Apesar de ter o “green card”, uma autorização para viver no país, só poderá votar quando for cidadão, o que pretende solicitar assim que for possível. “Em três anos”, revela. Sob o clima “não tão frio” do estado, ele relata um clima bem quente na política. “Aqui tem muitos negros e eu não sei se os negros simpatizam muito bem com o Donald Trump. Acho que aqui o partido do Trump não ganha. Muitos foram votar na hora do almoço. Os que não gostam do presidente, com certeza vão.”

Saudades de casa

Nascido na cidade de Mariluz, no Paraná, mais de 700 quilômetros distante de Indaiatuba, ele veio para a cidade paulista em 1994. “Conheci a minha esposa, que é nascida em Indaiatuba, e viemos para os Estados Unidos em 2000, há 18 anos, e resolvemos morar aqui”, conta o ex-morador do Jardim Tropical.

“Temos casa aí na cidade e em dezembro do ano passado visitamos o Brasil. A mãe da minha esposa moram em Indaiatuba. Não sabemos do futuro, talvez a gente volte um dia. Hoje, não.” Marcos atua como treinador de cavalos e motorista de caminhão.

Eleições midterms

Os americanos foram às urnas nesta terça-feira (6) para as eleições de meio de mandato (midterms, em inglês), para definir definir uma nova Câmara, um terço do Senado e mais de 75% de seus governadores. Todas as 435 cadeiras da Câmara dos EUA estão em disputa nesta eleição. Para obter a maioria, um partido precisa conquistar pelo menos 218 delas.

Cada um dos 50 estados tem direito a duas vagas no Senado, independentemente do tamanho de sua população ou sua representação na Câmara. Os senadores têm um mandato de seis anos, e os que forem eleitos agora cumprirão os seus entre 03 de janeiro de 2019 e 03 de janeiro de 2025. Este ano, haverá eleições para 35 das 100 cadeiras: 33 vagas comuns e duas em eleições especiais, realizadas para preencher vagas que surgem durante os intervalos entre uma eleição comum e outra.

Este ano, no dia 6 de novembro também serão eleitos governadores para 36 estados e 3 territórios. Esses estados atualmente são governados por 26 republicanos, 9 democratas e um independente. Nos territórios, estão no poder dois republicanos e um independente. Dos 36 estados onde haverá eleição, 20 têm governadores que concorrem à reeleição, sendo 13 deles republicanos, 6 democratas e um independente.

Segundo as pesquisas de boca de urna da CNN, cerca de metade dos eleitores disse que as políticas de imigração de Trump — tema central nesta campanha — são muito duras, enquanto cerca de um terço acha que elas estão certas e poucos, apenas cerca de 15% dos eleitores, acham que elas não são fortes o suficiente.

com informações do G1 e agências internacionais

Foto: Alex Edelman/Getty Images North America/AFP – arquivo pessoal