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Incêndio na Notre-Dame: indaiatubanas lamentam perda histórica

JOSEANE MIRANDA

Nesta segunda-feira (15) um incêndio atingiu a Catedral Notre-Drame. A Catedral declarada Patrimônio da Humanidade em 1991 é a igreja mais visitada em todo o mundo. São 13 milhões de turistas todos os anos. Agências internacionais informaram que após três horas de incêndio conseguiram salvar a estrutura da Catedral.

O presidente da França afirmou que irá reconstruir a Igreja e falou da possibilidade de uma campanha para a recuperação. O incêndio deixou um bombeiro gravemente ferido. Pessoas que estavam na Igreja não se feriram. O incêndio pode ter relação com uma obra de restauração que estava sendo feita na Igreja. As chamas atingiram principalmente a parte a torre central da Catedral que levou 180 anos para ser construída.

Moradores de Indaiatuba (SP) que apreciavam a igreja em arquitetura gótica lamentaram a perda histórica. A fotógrafa Kelly Stein visitou Notre-Dame em uma das viagens a Paris. “Eu não sou exatamente uma pessoa que curte visitar pontos turísticos muito cheios, mas alguns são emblemáticos não tem como fugir deles e para mim a Catedral de Notre-Dome é um destes lugares. O que me atraiu lá foi a arquitetura gótica que é um marco na cidade”, disse na tarde desta segunda-feira logo após saber do incêndio. “É uma arquitetura belíssima. A parte de fora já impressiona pelos detalhes das esculturas. Os portões de ferro têm muitos detalhes. A parte de dentro é maravilhosa”, relembra.

“É muito louco você olhar para aquilo tudo e imaginar o tanto de história que aquilo tem e o tanto de coisas que aquela igreja já presenciou. A autocoroação de Napoleão que é uma história superengraçada. Ele mesmo se autoproclamou rei colocou a coroa e não quis que o Papa colocasse porque queria demonstrar que o poder dele estava acima da Igreja. Tem um quadro que ele mandou pintar que retrata essa coroação. Os mandos e desmandos dele estão nesse quadro”, cita.

Detalhes arquitetônicos. Kelly fala um pouco da arquitetura da Igreja que impressiona gente do mundo inteiro. “A luz que tem lá dentro é fantástica. São muitos candelabros, então, emana uma luz muito bonita. É uma penumbra. Embora seja um local extremamente movimentado tem um silencio, as pessoas respeitam”, relembra sobre a visita.

“Tem filas imensas para entrar, mas a rotatividade é grande você nem espera muito. Tem uma área para quem quer sentar, orar, assistir celebrações. Quando eu fui tinha a celebração e acústica do lugar é divina. Vale a pena parar e ficar apreciando a celebração. Mas você pode fazer o esquema turista mesmo entrar fazer fotos e sair”, explica. Ela diz que não dá para escolher o que mais gostou na Catedral Notre-Dome. “Não dá para elencar um item é um conjunto de coisas que faz ela uma obra assim tão graciosa, grandiosa. As cores das luzes aquela penumbra que acolhe, o mármore lá dentro aquele piso maravilhoso o som a acústica dela”.

Estudante do quinto ano de arquitetura, Estéfany Franzé, também lamenta a perda de parte do patrimônio histórico que marca um período importante da Igreja Católica no mundo.“O estilo gótico é um dos mais estudados porque ele está diretamente ligado com a vivência das pessoas e a religião. É um marco porque é uma das arquiteturas mais relevantes da época. É pura história. É uma perda histórica muito grande. A imagem da torre caindo é muito forte é metade da história gótica caindo junto”, lamenta a estudante que diz ter vários livros sobre o estilo gótico. “Os vitrais eram muito presentes na arquitetura gótica. Essas rosáceas serviam para iluminar às igrejas. Era um jogo de luz natural para poder fazer essas iluminações. Eles estudavam a luz natural para iluminar naquele século”, finaliza.

fotos: Kelly Stein