Mês internacional da conscientização sobre a infertilidade, junho traz à tona o tema que afeta cerca de 15% da população mundial. Reconhecido como um problema de saúde pública pela Organização Mundial de Saúde (OMS), a infertilidade atinge casais que buscam a gravidez espontânea sem êxito e pode ser causada por fatores diversos, como distúrbios hormonais, endometriose, ovário policístico, miomas, infecções sexualmente transmissíveis e hábitos como tabagismo e uso excessivo de álcool.
Para falar mais sobre o assunto, três especialistas e referências no tema no Brasil explicam os motivos e como agir quando a infertilidade for uma realidade na rotina do casal. A infertilidade atinge só as mulheres?
Presidente da Rede Latinoamericana de Reprodução Assistida (REDLARA), Dra. Maria do Carmo Borges de Souza define que a não-gravidez decorre de causas relacionadas ao casal, a um homem e a uma mulher que, juntos, desejam a gravidez. “A gestação que não vem acompanha-se frequentemente de muita ansiedade, tensão e frustração”, completa.
Pesquisas apontam que motivos de impedimento da gravidez podem estar ligados ao homem ou a mulher: em 40% dos casos, a causa é masculina, em 40% feminina e em 20% das ocorrências está ligado a questões de ambos os lados. No Brasil, 8 milhões de pessoas são afetadas pelo problema.
Quando procurar ajuda de um especialista?
A gestação pode demorar até um ano para acontecer, portanto, um casal só é considerado infértil após 12 meses de tentativa de gravidez sem êxito. Caso a mulher tenha mais de 35 anos, o período a ser considerado é de seis meses. “Abaixo desta idade, não há problema nenhum em esperar um ano. Acima de 35 anos, com seis meses de tentativa, a orientação é que o casal busque auxílio. Não que vá haver necessidade de tratamento, mas, se houver, é importante que seja feito o mais breve possível”, destaca Dra. Nilka Donadio, presidente da Sociedade Brasileira de Reprodução Humana (SBRH).
A orientação deve-se ao fato de que a partir dos 35 anos ocorre uma diminuição progressiva do número e da qualidade dos óvulos da mulher.
Prevenção
Para a prevenção de problemas de infertilidade, é importante que o casal busque hábitos saudáveis como a prática de atividade física, cuidado na ingestão de calorias para evitar obesidade, assim como consumo moderado de álcool. Além disso, o acompanhamento ginecológico de rotina detecta de forma precoce e diminui a gravidade de fatores de infertilidade.
Para as mulheres que não tem planos de engravidar antes dos 35 anos, é recomendada a preservação social. “Neste caso, os óvulos são coletados e guardados, para que em um momento mais oportuno, ela possa utilizar”, explica Dra. Hitomi Miura Nakagawa, presidente da Sociedade Brasileira de Reprodução Assistida (SBRA).
A recomendação também se aplica para casos de doenças malignas, como o diagnóstico de câncer. “Em situações nas quais são necessárias quimioterapia, radioterapia ou cirurgia ablativa, há risco de afetar a fertilidade, por isso, o congelamento de óvulos é indicado”, completa Dra. Hitomi. Para os homens, também é possível realizar o congelamento de amostras de sêmen.
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