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IPVA: Campinas, Indaiatuba e Sumaré veem n° de inadimplentes disparar em 2022; alta chega a 83%

Dados da Secretaria Estadual da Fazenda obtidos pela reportagem, apontam que o número de devedores do Imposto sobre a Propriedade do Veículo (IPVA) cresceu exponencialmente em Indaiatuba (SP)Sumaré (SP) e Campinas (SP) em 2022. No caso de Indaiatuba, a alta em relação a 2021 chegou a 83,78% – veja abaixo os números de cada cidade.

Eliane Navarro Rosandiski, economista do Observatório PUC-Campinas, cita os padrões de emprego como um dos fatores para o aumento da inadimplência.

“O padrão de contratação tem sido mais informal. Isso significa que as pessoas não têm 13° salário. Além disso, nesse padrão, os salários são mais baixos, então isso dificulta também que as pessoas se organizem para fazer o pagamento das dívidas que ocorrem no início do ano”, diz.

A economista pontua, ainda, que os efeitos da pandemia da Covid-19 também trouxeram mais dificuldades para os pagamentos dos impostos.

“Da pandemia para cá, ainda tem um outro fenômeno: o rebaixamento de salário, inclusive, com carteira assinada. Ainda colocaria um outro fator: se você pensar a inflação, a inflação faz com que o poder de compra do salário se reduza, e o orçamento fique muito mais focado nos alimentos.”

O que fazer se não tenho o dinheiro para pagar?

Para quem deixou de pagar o IPVA por falta de dinheiro, Rosandiski dá dicas que podem ajudar a economizar e reservar o dinheiro para o imposto.

“No supermercado, rever marcas, fazer pesquisas de mercado, onde você tem o segmento mais barato. No segundo momento, evitar saídas, comer fora de casa, que às vezes você tem um custo maior. A menos que você tenha filhos pequenos e que estão crescendo e precisam de novas roupas, você pode reduzir a compra de roupas. Evitar saídas para teatro, cinemas e, por fim, viagens.”

“Existem estratégias no mercado que é buscar carro por aplicativo, aluguel de carro, é pensar qual é a real necessidade que você tem”, finaliza.

 

Dados de inadimplência na região

 

 

Indaiatuba

 

 

  • 2019 – 9.501 inadimplentes
  • 2020 – 10.520 inadimplentes
  • 2021 – 12.063 inadimplentes
  • 2022 – 22.170 inadimplentes

 

Variação de ano para ano

 

  • 19/20 – 10,72%
  • 20/21 – 14,66%
  • 21/22 – 83,78%

 

 

Sumaré

 

 

  • 2019 – 9.868 inadimplentes
  • 2020 – 10.628 inadimplentes
  • 2021 – 12.100 inadimplentes
  • 2022 – 19.886 inadimplentes

 

Variação de ano para ano

 

  • 19/20 – 7,7%
  • 20/21 – 13,85%
  • 21/22 – 64,34%

 

 

Campinas

 

 

  • 2019 – 52.558 inadimplentes
  • 2020 – 55.712 inadimplentes
  • 2021 – 60.021 inadimplentes
  • 2022 – 91.369 inadimplentes

 

Variação de ano para ano

  • 19/20 – 6%
  • 20/21 – 7,73%
  • 21/22 – 52,55%

 

 

Atraso de pagamento

 

O contribuinte que deixar de recolher o imposto fica sujeito a multa de 0,33% por dia de atraso e juros de mora com base na taxa Selic. Passados 60 dias, o percentual fixa-se em 20% do valor do imposto.

Caso permaneça a inadimplência relativa ao IPVA, o débito será inscrito na Dívida Ativa, além da inclusão do nome do proprietário no Cadin Estadual, impedindo-o de aproveitar eventual crédito que possua por solicitar a Nota Fiscal Paulista. A partir do momento em que o débito de IPVA estiver inscrito, a Procuradoria Geral do Estado poderá vir a cobrá-lo mediante protesto.

A inadimplência do IPVA impede o novo licenciamento do veículo. Após a data limite fixada pelo Departamento de Trânsito (Detran-SP) para o licenciamento, o veículo poderá vir a ser apreendido, com multa aplicada pela autoridade de trânsito e sete pontos na Carteira Nacional de Habilitação (CNH).

Com informações: g1 campinas 

Foto: Arquivo/Comando Notícia