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Jornalista do Comando Notícia lança livro de poesias no dia 20 de abril

HUGO ANTONELI JUNIOR

INDAIATUBA – Da cabeça de Núbia Istela não saem apenas os cachos mais famosos do Comando Notícia, mas também as poesias que prometem inspirar o público no primeiro livro da jornalista. “Meias Verdades”, da editora Chiado, terá o lançamento com noite de autógrafos no dia 20 de abril, na Biblioteca Municipal Paço dos Taperás (R. José Galvão, 239, Centro), em Salto. Exemplares podem ser adquiridos pelo site da editora e custam R$ 30.

Em 2016, Núbia entrou em contato com a editora Chiado Books. “Desde então comecei a trabalhar pesado no livro e quando foi ano passado, 2017, nasceu o Meias Verdades. Eu costumo dizer que o livro é uma transição da inocência da menina, para o ser indomável e extravagante da mulher em fase de amadurecimento. E que são sensações impressas”, diz.

“São asas da imaginação em palavras, que expressam vontades, desejos, os sentimentos ocultos desse ser que chamamos de humano. A sua essência poetiza o romantismo, a família, amizade, a sensualidade, a magia que existe no surreal, enfim, desnuda os anseios da alma. O Meias Verdades aqui na minha mão é a prova de que se querermos grande, forte e lutarmos insistentemente por aquilo que queremos, conseguiremos e o resultado é fantástico”, analisa.

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Núbia Istela

Nascida na cidade de Janaúba, norte de Minas Gerais, ela cresceu num pequeno bairro chamado Vale das Cancelas, no município de Grão Mogol. “Lá era tão pequeno que quando mudamos para lá só tinham três casas na rua onde morava, e lá os meus pais muito humildes foram construindo nossas vidas. Sou a irmã mais velha de quatro filhos, desde criança coube a mim a responsabilidade de cuidar deles, afinal meus pais trabalhavam e alguém precisava cuidar da gente. Foram tempos difíceis, mas fomos construindo aos poucos. Acredito que a maior das lições que aprendi ainda criança foi sempre ter um caráter e uma índole intocáveis”, analisa.

Aos seis anos, em 1999 foi para escola e aprendeu a ler e escrever rápido. “Minha professora, para sempre tia Débora Heloísa, foi quem me ajudou a dar os primeiros passos em direção a escrita e a leitura. Um dia de joelhos na cadeira da sala (era muito pequena e a carteira grande demais para mim), estava lendo um poema no livro didático Roda Pião, e o texto estava assinado por Ana Maria Machado, lembro-me bem, como se fosse hoje, pensei com o coração: “quando crescer quero ser como ela”, que audácia a minha, querer ser como uma das imortais. Mas foi lendo Ana Maria Machado, Clarice Lispector, Graciliano Ramos, Rute Rocha, Rachel de Queiroz, que me apaixonei perdidamente por esse mundo que para mim é mágico, é lindo, e que preciso dele.”

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Em 2011, Núbia recebeu um convite para vir passar uns meses em São Paulo, para ser babá. “Aceitei. Vi naquela oportunidade a chance de ingressar na faculdade. Alguns meses em Tietê, pesquisei e aconteceu de eu prestar vestibular no Ceunsp, passar eu passei, mas aí como pagar a mensalidade? Juntava todas as moedinhas aqui e ali até dar o valor e pagava. Necessidade? Não foi pouca, não sobrava dim dim, para comprar uma bala. Mas eu queria não é mesmo? Então valia o sacrifício. Então fiz a prova do Enem e ganhei bolsa integral para Comunicação Social em jornalismo no Ceunsp, eu saí pulando de alegria nas ruas, a sensação é muito boa, só entende quem quis muito algo e o conseguiu.”

Oito meses depois ela se mudou para Salto, onde mora até hoje, e as coisas começaram a melhorar. “Com a família longe, as vezes eu chorava, sim chorava muito, mas encontrava em Deus, e na escrita a força e o consolo que precisava. As vezes muito cansada dormia na carteira. Já fiz prova com pressão baixa por ter me alimentado apenas as 11 da manhã, mas acreditava mesmo assim que valeria o esforço. Quatro anos da faculdade passaram logo, marcas ficaram, experiência para vida toda e a certeza de que vale a pena insistir. No último ano da faculdade comecei a digitar todos os poemas que tinha escrito ao longo dos anos, entrei em contato com algumas editoras, e continuei escrever. Casei-me quando terminei a faculdade, foi uma escolha bem bacana, pois tenho ao meu lado alguém que me apoia muito, em todas as loucuras que quero fazer.”

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fotos: Michele Silva