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Líder do PSL Indaiatuba comenta saída de Bolsonaro, “não tem porque permanecermos”

HUGO ANTONELI JUNIOR

Turbulências no alto mar atingiram também as águas no interior. É isso que vai acontecer com o PSL Indaiatuba (SP). Os membros empossados há menos de um mês vão iniciar a procura por um novo partido. É o que confirma o presidente da sigla na cidade, o militar Sylvio Malheiro, em conversa com o Comando Notícia no final da tarde desta terça-feira (11), poucas horas depois do anúncio do presidente Jair Bolsonaro sobre a saída do PSL.

“Se as pessoas que nos deram o partido no âmbito estadual vão sair ou serem expulsas, não tem porque permanecermos. Cada um segue o seu caminho. Que o PSL seja feliz, que faça um bom trabalho para o Brasil”, afirma. “Nós acreditamos no projeto do nosso presidente em trabalhar em prol da sociedade valorizando o que é importante. Vamos procurar o nosso caminha e muito em breve estaremos juntos por um novo Brasil e por uma Indaiatuba ainda melhor.”

“A gente lamenta, claro, mas no momento existe a possibilidade de um novo partido com o nome Aliança Pelo Brasil. Estão tentando uma brecha legal para as 500 mil assinaturas necessárias, para que elas possam ser feitas pelo celular, por biometria e, se conseguir, eu não duvido que até abril – prazo final para quem quiser disputar as eleições municipais -, consigam que o partido esteja pronto.”

Malheiro analisa que o caminho tomado pelo presidente foi o mais acertado. “Bolsonaro queria uma auditoria no partido para continuar, mas aí que aconteceu essa briga. Se o partido fica na mão dele com essas supostas candidaturas laranjas, ele seria responsabilizado. Disseram que foi por dinheiro, mas também não acredito, porque ele está saindo e levando metade da bancada, cerca de 30 deputados. O PSL era um partido pequeno que se tornou a segunda maior bancada da Câmara, com 53 deputados”, afirma. 

Sobre o fundo partidário ele diz que não será um problema. “O presidente fez uma campanha barata no ano passado, muito mais pelas rede sociais e funcionou. As coisas mudaram, quem não se adaptar já está ficando para trás.”

Bolsonaro anuncia saída do PSL

Deputados do PSL afirmaram nesta terça-feira (12) que o presidente Jair Bolsonaro decidiu deixar o partido e criar uma nova legenda. Daniel Silveira (PSL-RJ), Bia kicis (PSL-DF), Carlos Jordy (PSL-RJ), Coronel Chrisóstomo (PSL-RO), Caroline De Toni (PSL-SC) e Leo Motta (PSL-MG) deram a informação após se reunirem com Bolsonaro no Palácio do Planalto.

O deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-RJ), filho do presidente da República e líder do PSL na Câmara, informou que o nome do novo partido será Aliança Pelo Brasil. Ao longo de três décadas de carreira política, Bolsonaro tem histórico de troca de partidos. O PSL foi o oitavo partido por onde Bolsonaro passou. Antes, o presidente teve passagens por: PDC, PPR, PPB, PTB, PFL, PP e PSC.

Ao se tornar o segundo maior partido da Câmara, o PSL aumentou sua participação no fundo partidário: saltou de R$ 9,7 milhões em 2018 para R$ 110 milhões em 2019 – e a expectativa é que, em 2020, o valor fique entre R$ 400 milhões e R$ 500 milhões.

Já com relação ao fundo eleitoral, a previsão para o pleito do próximo ano é que a legenda receba quantia superior a R$ 200 milhões – graças aos mais de 10% de representação na Câmara dos Deputados. O dinheiro fica sob administração dos dirigentes do partido, no caso, de Bivar e seus apoiadores.

com informações do G1

foto: arquivo pessoal