
Especialista alerta sobre o risco real de choques elétricos, queimaduras e até incêndios
O período de Natal é um dos preferidos das crianças, as árvores enfeitam as casas, e, lá fora, ruas e prédios iluminados ficam com a cara da festa. Mas, junto com o espírito natalino, acende também um alerta que costuma ser ignorado: os acidentes envolvendo decorações elétricas, especialmente com crianças.
“Se não forem instalados corretamente, os pisca-piscas e enfeites representam um perigo real de choques, queimaduras e até incêndios”, alerta o doutor em engenharia elétrica e docente dos cursos de Engenharia do Centro Universitário MAX Planck (UniMAX Indaiatuba) e Centro Universitário de Jaguariúna (UniFAJ),
Felipe Henrique de Souza da Fonseca.
Segundo um relatório de 2024 da Associação Brasileira de Conscientização para os perigos da Eletricidade (ABRACOPEL), no ano passado foram registrados 1.077 mil casos de choques elétricos em residências, 11% a mais que em 2023. Não existem dados específicos referentes ao período natalino, mas não faltam relatos de casos trágicos de acidentes envolvendo crianças.
Em Curitiba, um menino de 10 anos morreu ao levar um choque enquanto o pai instalava os enfeites de Natal. No município de Caldas Novas no estado de Goiás, uma menina de 8 anos foi eletrocutada ao encostar em um poste enfeitado com um pisca-pisca que estava com o fio desencapado.
Aliás, esse é um dos cuidados a serem tomados durante a instalação, pois é comum que os enfeites sejam aproveitados no ano seguinte, e, no caso de estarem danificados com fios expostos ou emendas, devem ser substituídos. Outra precaução, é desligar a decoração da tomada durante o manuseio.
“Uma falha no isolamento, fio ressecado, tomada antiga ou extensão improvisada pode deixar partes energizadas expostas, e uma simples curiosidade infantil vira um acidente grave”, alerta Fonseca.
No caso dos pisca-piscas, existem basicamente dois tipos: os modelos que são conectados diretamente à rede elétrica que pode ser 110 ou 200 volts, em que a corrente elétrica passa por toda extensão do enfeite, e os alimentados por USB sendo de baixa tensão, entre 5 e 12 volts e, portanto, mais seguros.
Ao comprar os pisca-piscas também é importante escolher produtos certificados e que tenham cabos e conectores reforçados. Uma vez instalados, evite a exposição à umidade, principalmente se forem do modelo que é conectado à tomada. Os modelos de LED, conectados por USB são além de mais seguros, mais econômicos, e, no caso de choque, não oferecem risco à vida.
Já em relação aos enfeites externos, em locais públicos, Fonseca alerta para nunca deixar a criança se aproximar ou tocar a decoração, pois é impossível ter controle sobre o estado do pisca-pisca nessa situação.
O local da árvore também importa
O local de montagem da árvore também faz toda a diferença para evitar acidentes. Para a segurança, segundo Fonseca, devem ficar longe de cortinas, sofás, tapetes, janelas com corrente de ar e fontes de calor como aquecedores e velas. O material das árvores é inflamável e pode se transformar em combustível em caso de curto-circuito ou foco de incêndio.
O ideal é que a árvore seja montada em um canto com um entorno livre e que as crianças sejam supervisionadas. E, se apesar dos cuidados, se ocorrer um acidente com descarga elétrica, a primeira coisa a ser feita é desligar o disjuntor e só depois tocar na criança, evitando assim também ser afetado. Em seguida deve-se verificar se a criança está respirando, consciente e sem queimaduras. E mesmo que pareça tudo bem, é importante procurar atendimento médico.
Em caso de inconsciência, é fundamental fazer os procedimentos de primeiros socorros enquanto aguarda o socorro de emergência.” A calma do responsável é fundamental para que as medidas sejam tomadas com segurança e rapidez”, orienta Fonseca.
Com cuidado e atenção aos detalhes é possível criar um ambiente natalino não apenas bonito, mas seguro para toda família.
Sobre o especialista
Felipe Henrique de Souza da Fonseca é docente dos cursos de Engenharia UniFAJ e da UniMAX. Graduado em Física e doutor em Engenharia Elétrica pela Unicamp, atualmente realiza pós-doutorado em Engenharia Elétrica em parceria com o Instituto de Pesquisas Eldorado, atuando em radiofrequência e superfícies inteligentes reconfiguráveis para tecnologias 6G. Possui experiência prévia como tutor da Univesp e atuação em pesquisa no CNPEM/LNNANO, trabalhando com difração de raios-X e desenvolvimento de ligas metálicas. Também leciona Matemática e Ciências da Natureza no Instituto SER desde 2018.
Sobre UniFAJ e UniMAX
Com 26 anos de atuação e mais de 10 mil alunos formados, o Centro Universitário de Jaguariúna (UniFAJ) e o Centro Universitário Max Planck (UniMAX), ambos do Grupo UniEduK, são instituições reconhecidas pelo MEC com nota máxima (5). São mais de 50 cursos nas áreas de Saúde, Humanas, Exatas, Tecnologia e Agronegócio, distribuídos entre 8 campi nas cidades de Jaguariúna e Indaiatuba, no interior de São Paulo. A estrutura inclui hospitais veterinários, centros de especialidades médicas, clínicas médicas e laboratórios modernos. O modelo de ensino é baseado em metodologias ativas de aprendizado e os cursos presenciais contam com







