Uma ‘maconha gourmet’ está ganhando ruas e baladas de classe média alta em São Paulo, segundo a polícia.
Esse tipo de maconha está em circulação há cerca de dois anos. “Ela é 30, 50 vezes mais cara que o prensado e 1 grama é vendido por R$ 50”, afirma Estevão Castro, delegado responsável pela investigação na Delegacia de Investigações Sobre Entorpecentes (Dise).
Ela também é saborizada. “Os traficantes fazem uma mistura – que não segue um padrão – com uma essência de sabor. É um monte de produto químico e cada traficante coloca o que acha interessante, que vai causar dependência no usuário. Não tem um padrão, é muita química e uma essência para dizer que ela é mais gostosa”.
Na última quarta-feira (4), o Dise, que investiga a “maconha gourmet” há 2 meses, fechou um laboratório onde a droga era produzida em Carapicuíba, na Grande São Paulo. Um homem, de 37 anos, foi preso no local. Ele estava armado.
No laboratório, agentes encontraram uma lousa com listas de tarefas semanais, como lavar a louça, limpar microondas e questões mais pessoais, como a necessidade de agendamento de uma consulta no otorrino e até comprar vitaminas para os traficantes.
Lousa de tarefas no laboratório. — Foto: Divulgação/ policia
Ao todo, ao longo da investigação, três pessoas já foram presas por tráfico de drogas e associação criminosa.
Ainda segundo a polícia, a maconha gourmet é vendida por aplicativos de troca de mensagens e com entrega em domicílio. A droga também se popularizou em festas privadas e bairros nobres da capital.
“Ela está mais próxima da droga sintética e não tem o mesmo público do prensado. São pessoas com mais poder aquisitivo”, afirma Estevão.
Laboratório de maconha gourmet em Sp. — Foto: Divulgação/ TV Globo
Foto: Divulgação/ Polícia