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Mãe faz apelo e entra na Justiça pela cirurgia urgente do filho

HUGO ANTONELI JUNIOR

“Vi uma notícia de que a Câmara de vereadores devolveu mais de R$ 300 mil para a Prefeitura e isso me deu um desespero porque meu filho está esperando a cirurgia urgente”, este é o relato de Ana Paula Barbosa. O filho dela, Benjamim, de 10 meses, nasceu com escafocefalia (fechamento prematuro da sutura sagital) e não há previsão para a cirurgia urgente, de acordo com a mãe. Ela falou nesta segunda (22) com o Comando Notícia.

“Não fizeram o procedimento por causa do valor do material, R$ 84 mil. Tivemos que entrar na Justiça, mas até agora nada. Estou agoniada, chateada. Se não fizer logo a cirurgia, o cérebro não terá espaço para desenvolver, isso pode causar dor, atraso mental.”

A mãe afirma que o tratamento foi feito no ambulatório de Especialidades e Hospital Dia Dr. Renato Riggio Jr. “Eles disseram que a cidade não tinha especialista para fazer. Fomos enviados para o Hospital Sobrapar, em Campinas, e eles disseram que a fila estava enorme. Neste período dois médicos neurocirurgiões começaram a trabalhar na cidade.”

Ela diz que a cirurgia foi marcada para maio depois de alguns exames. “Mas foi negada pelo município porque o valor do material ficou em R$ 84 mil e a Prefeitura só liberava cirurgia até R$ 54 mil. Foi então que procurei um advogado. Faz quase dois meses e até agora não conseguimos avançar, o tempo está passando.”

“Meu filho é um menino muito esperto, mas tudo isso pode ser perdido porque o cérebro dele precisa de espaço para se desenvolver e o crânio não vai ter espaço. Isso me dói muito, me sinto inútil por não fazer nada e dependendo do SUS. Eles estão ignorando não só meu filho, mas muitos outros”, desabafa.

A Prefeitura foi questionada pelo Comando Notícia sobre o caso no dia 19, mas não respondeu até o momento.

fotos: arquivo pessoal