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Mães de autistas e autoridades de Itu se reúnem para discutir a importância de criar políticas públicas

Pais, mães, responsáveis, educadores da Associação dos Amigos dos Autistas de Itu (Amai) e profissionais da área se reuniram na última terça-feira (31/05), na Câmara Municipal de Vereadores de Itu para debaterem e compartilharem experiências sobre o Transtorno do Espectro Autismo (TEA), distúrbio neurológico que afeta a capacidade de relacionamento, dificuldade no domínio da linguagem e padrão de comportamento restritivo e repetitivo.

O evento, intitulado “I – Encontro de Pais e Mães de Autistas”, reuniu um bom público, dentre eles, autoridades como o deputado estadual Rodrigo Moraes (PL), e o vereador José Galvão (União Brasil), que presidiu a reunião. Na oportunidade, foram debatidas as faltas de políticas públicas e inclusão social para tratar do tema.

Galvão aproveitou a oportunidade para falar sobre o cartão de ônibus que a empresa concessionária do transporte público municipal anunciou para os acompanhantes dos autistas, previsto para começar a ser emitido a partir do início desse mês. Para ele, aquisição vem de encontro com as necessidades dos assistidos e de seus responsáveis, uma vez que inúmeras pessoas que têm filhos autistas, não podem levá – los para fazerem atividades pedagógicas devido a falta do dinheiro da passagem. Outro assunto abordado por Galvão, foi sobre a longa espera que os autistas estão enfrentando para serem consultados em suas primeiras triagens com o neuropediatra: a demora chega de 3 a 4 meses, além da falta de fonoaudiólogos.

Um outro tema abordado pelo parlamentar foi sobre a importância da aquisição do cartão do autista, criado pela lei Nº 13.977 – conhecida como Lei Romeo Mion – que estabelece a emissão de uma Carteira de Identificação da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista (TEA). O nome do PL foi inspirado no adolescente Romeo, de 16 anos, que é filho do apresentador de televisão Marcos Mion e é autista. Galvão irá apresentar uma lei municipal para que a medida ganhe força em Itu. Enquanto não temos a cartão do autista em nosso município, para evitar que os pais andem com inúmeros laudos para comprovar o autismo, os pais ou responsáveis devem ir até o Poupatempo com o laudo do espectro em mãos, com a Cid af84, podem solicitar a segunda via do RG a qual irá constar o autismo e posteriormente o cartão de vaga de estacionamento”, aconselha o edil.

Na oportunidade, o deputado estadual Rodrigo Moraes, afirma que as discussões se tornam cada vez maiores sobre o tema, que representa um grande avanço, mas ainda precisa ser feito muito mais. Rodrigo comentou sobre as dificuldades enfrentadas pelos pais dos autistas. Solidário, o deputado se propôs a ajudar: propondo nos próximos dias, um projeto de lei na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp), para que o governo do estado de São Paulo crie a Casa do Autista, semelhante a que foi criada no Rio Grande do Sul. A proposta é que o espaço tenha consultas médicas, pedagógicas, fonoaudiólogos, psicólogos, ações sociais e educacionais, para garantir melhor qualidade de vida dos autistas e de seus responsáveis, que na maioria das vezes, precisam buscar os profissionais citados em outras cidades.

“Essa iniciativa é muito importante. São Paulo é o estado mais rico da federação. Levarei o tema em plenário e junto com os demais deputados iremos apresentar e aprovar o projeto na próxima quinta – feira. Tenho certeza que o governador irá acatar essa reivindicação de tão grande importância”, frisa o representante do legislativo estadual. “A ideia é implantar a Casa do Autista em todo estado e vou trabalhar para isso”, garante Rodrigo.

Rosane Lopes é mãe de dois filhos autistas e tem dois sobrinhos com espectro. Ela citou as dificuldades enfrentadas após receber os diagnósticos do espectro autista em seus filhos. “Foram três meses para conseguir um atendimento médico pela rede pública de saúde. Como mãe quero que meus filhos cresçam com funcionalidade, mas infelizmente não temos apoio do poder público para que isso aconteça. É preciso implantar e capacitar profissionais dentro da escola para que as crianças se adaptem com outras crianças”, desabafa Rosane que deixou seu trabalho para cuidar dos filhos, levando – os em terapias.

A assessora parlamentar Pâmela Thais Aparecida, mãe de dois filhos autistas; um adotado recentemente, fez uso da palavra e se emocionou bastante ao falar sobre o tema. “Precisei levar meu filho em exame particular, na rede pública eu não consegui. Precisamos lutar pelos nossos filhos. Hoje é meu último dia de trabalho e optei em deixar o emprego para cuidar de meus filhos”, finaliza Pâmela.

Para o presidente do Conselho da Pessoa com Deficiência de Sorocaba, Luiz Lima, a inclusão é um assunto que não pode ser esquecido. “É muito importante que o município entenda a necessidade da contratação de profissionais adjuntos nas escolas públicas municipais e estaduais. É preciso um entendimento dos funcionários que trabalham em mercados sobre como lidar com uma criança com autismo, pois às vezes elas pegam uma fruta e os funcionários pensam que elas querem furtar”, pondera Luiz.

 

 

 

Foto: divulgação.