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Março Azul Marinho: tenho chances de desenvolver um câncer de intestino?

Estar acima dos 50 anos, não seguir uma dieta balanceada e consumir muita carne vermelha e processada são alguns dos fatores relacionados ao desenvolvimento do câncer colorretal. De acordo com o INCA (Instituto Nacional de Câncer), a estimativa para 2020 é de 40.990 novos casos, sendo o terceiro tipo de câncer mais frequente em homens e o segundo em mulheres, ocupando a terceira posição entre as neoplasias mais diagnosticadas no mundo com cerca de 1.800.000 novos casos.

Segundo o Dr. Artur Ferreira, oncologista do Centro de Oncologia do Hospital 9 de Julho, além dos fatores externos, o histórico familiar e a história pessoal de câncer são condições que podem contribuir para o aumento da taxa de risco de cada indivíduo. A doença pode se desenvolver sem apresentar sintomas na fase inicial. Entre os sintomas da doença estão presença de sangue nas fezes, dor ou desconforto abdominal, anemia e perda de peso sem causa aparente e alterações do hábito intestinal. De acordo com o Dr. Ferreira, seus sintomas podem ser confundidos com os de outras doenças, como hemorroidas, verminoses e úlcera gástrica. Por esse motivo, o oncologista recomenda que assim que os primeiros sintomas forem percebidos, um médico seja procurado para a investigação e tratamento adequados.

O diagnóstico precoce pode ser feito por meio da associação de exames clínicos, laboratoriais e radiológicos, logo que o indivíduo perceber os primeiros sinais da doença. “A pesquisa de sangue oculto nas fezes e endoscopias (colonoscopia ou retossigmoidoscopias) são os principais exames para diagnóstico dos tumores de cólon e reto”, aponta o Dr. Ferreira. Com a suspeita confirmada, uma biópsia deve ser realizada na área afetada para o diagnóstico final.

Esse tipo de câncer é tratável e tem grandes chances de cura. Fatores como o tamanho, localização e extensão do tumor também influenciam no método utilizado para tratamento e nas probabilidades de erradicação do tumor. A cirurgia faz parte do processo inicial, fazendo a retirada da parte afetada do intestino e dos gânglios linfáticos dentro do abdome. A radioterapia e a quimioterapia são etapas importantes do tratamento e muitas vezes utilizadas para aumentar a chance de sucesso e, portanto, reduzir a probabilidade de retorno da doença.

Apesar do aumento no número de casos do câncer colorretal, o Dr. Ferreira alerta que algumas mudanças simples no dia a dia podem fazer toda a diferença para prevenir a doença. “Evidências cada vez maiores sugerem que a interrupção do tabagismo, a adoção de uma alimentação equilibrada, além da prática regular de atividades físicas, podem prevenir o desenvolvimento do câncer colorretal”, finaliza o médico. Essas recomendações incluem a redução do consumo de carnes vermelhas e processadas, aumento do consumo de grãos, frutas, vegetais e outros alimentos ricos em fibras e a prática de atividades físicas por, pelo menos, 30 minutos diariamente.

Outro ponto muito importante a ser destacado corresponde ao rastreio do câncer colorretal através da colonoscopia, por exemplo, que deve ser estimulado e iniciado aos 50 anos em média. Entretanto, para pacientes com forte histórico familiar ou de síndromes genéticas hereditárias, o rastreamento deve iniciar-se antes.

foto: reprodução