Materiais de construção da região de Campinas sentem dificuldade com reposição de produtos em estoque durante pandemia
A pandemia do novo coronavírus (Sars-CoV-2) aumentou a demanda por materiais de construção na região de Campinas (SP), segundo a Associação dos Comerciantes de Material de Construção (Acomac). A alta nas vendas contrasta com a falta de alguns produtos nos estoques dos lojistas, movimento causado na indústria também pelo avanço da Covid-19, aponta a associação.
Sem apontar dados absolutos, a Acomac indica que os cinco meses de quarentena na região geraram aumento de 30% a 40% nas vendas. Presidente da associação, Ricardo Pertile Neto sente que as pessoas iniciaram reformas durante o período porque permaneceram mais tempo em casa.
As vendas pressionaram o setor industrial, que estava com a produção adaptada a uma demanda menor. “No decorrer dos últimos anos, as indústrias, devido a uma baixa demanda, tiveram que se adaptar com um PIB ruim. (…) Muitas máquinas foram desligadas, o quadro de funcionários foi enxugado”, explicou Pertile Neto.
Com isso, a falta de produtos em estoque, que antes da pandemia ficava em até 2% na loja onde Pertile Neto trabalha, em Sumaré (SP), chegou a 8%. Isso impacta, por exemplo, no recebimento de itens como cimento, blocos de tijolo e concreto, lâmpadas, equipamentos hidráulicos e fios.
Segundo o presidente da associação, essa queda nos estoques aumenta o preço para o consumidor. “Pegou de surpresa com uma demanda muito elevada, a matéria prima aumentou (…) e isso acaba influenciando na velha regra do mercado, de oferta e demanda”.
Futuro incerto
Pertile Neto afirma que a tendência é que a demanda volte ao cenário pré-pandemia, mas ele acredita que as indústrias vão aguardar para tomar decisões. “A indústria tem parque fabril suficiente, só que a ociosidade que tinha vai voltar. Ela [indústria] se pergunta: ‘será que isso é momentâneo ou vai voltar?'”
“Eu acredito que eles vão esperar para ver que nível isso vai se manter, porque para você religar um autoforno, uma máquina, isso tem um custo muito elevado”.
com informações G1 Campinas
foto:reprodução/EPTV