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Medo de dirigir? Instrutor trabalha mente de alunos e foca em conhecimento do carro

JOSEANE MIRANDA

Medo de dirigir. O sentimento que muitas vezes é comum a muitas pessoas pode ser enfrentando em qualquer momento da vida. Esse é o posicionamento do instrutor de direção de Indaiatuba (SP) Waldemar Constantino Filho. Na opinião dele o medo de dirigir, aquele sentimento que realmente pode paralisar um motorista existe em uma situação específica: quando o motorista passou por um acidente um grande trauma no trânsito.

Waldemar afirma que as pessoas que tiram carteira de habilitação e não conseguem dirigir o carro ou enfrentar, por exemplo, uma estrada não estão dominados pelo “medo” e sim “desconhecem situações”. Ele aponta dois motivos para esta sensação de medo e pânico. “O medo de dirigir neste caso é que o aluno ou motorista habilitado não tem o conhecimento técnico, não foi treinado para entender o funcionamento do carro e do trânsito, e, principalmente não foi preparado psicologicamente”.

Dono de uma autoescola há 33 anos ele é procurado por pessoas que querem tirar a primeira habilitação e também por pessoas habilitadas que não conseguem sair com o carro da garagem. Já atendeu pessoas assim de grandes cidades brasileiras e hoje se orgulha em contar que elas estão dirigindo pelas cidades com confiança e habilidade.

Todo o trabalho desenvolvido, de acordo com ele, tem o objetivo de tirar a “ansiedade do aluno”, alguns maus vícios que podem atrapalhar e provocar acidentes. O método principal do instrutor é trabalhar a mente das pessoas que o procuram, mostrar que a capacidade para a atividade de dirigir de forma correta está no cérebro. Ele trabalha com o desenvolvimento da confiança e respeito às leis de trânsito e funcionamento do carro.

“Quando montei a autoescola pensei em criar um modelo de trabalho que fosse diferenciado. De fazer das pessoas motoristas, não habilitadas. Todo o conhecimento que eu tenho, eu quero que o aluno tenha para ser um ponto de orgulho para mim”, diz.

O momento de maior surpresa, segundo ele, durante as aulas com alunos que estão no processo de tirar o primeiro documento de habilitação e também aqueles que declaram ter medo de dirigir é quando o aluno percebe que tem controle da situação porque “está trabalhando com a mente”. “Aquele medo que ela achava que tinha ela já vai não ter mais. E sempre digo: vou provar para você que você tem uma mente excelente”, diz.

Reciclagem

Na terça-feira (23) Waldemar demonstrou ao Comando Notícia o seu método de trabalho desenvolvido e apurado durante os 51 anos de profissão. Para mostrar o método ele fez uma demonstração de sua aula para os repórteres Joseane Miranda e Hugo Antoneli Jr. Iniciou o trabalho de reciclagem afirmando que age da mesma maneira com todos os alunos que atende.

“Eu trabalho desta maneira com todos os alunos. Aquele que nunca colocou uma chave no contato e também com o habilitado que não dirige”. Durante 30 minutos o instrutor realizou uma reciclagem passando passo a passo a maneira correta de organizar os espelhos e alertando sobre os perigos de um mal ajustamento. Um ponto importante passado pelo profissional é a maneira de se sentar no banco, a posição correta das pernas durante a direção e o posicionamento correto dos pés nos pedais.

Waldemar exibe a carteira de instrutor, datada em 1968.

Waldemar costuma dizer que a primeira aula “é a semente de dirigir”. “Eu digo aos alunos que eu tenho que dar tudo de mim e eu quero que eles sejam melhores [motoristas] que eu”. O instrutor de trânsito realizou com esta repórter um treinamento para realizar curva levando em consideração qual deve ser o movimento correto no volante do carro, a forma correta de segurar no equipamento. Tratou ainda da forma correta de fazer a mudança de marchas e estacionamento de carro.

Durante a reciclagem com o objetivo de desmistificar o medo de dirigir ele me treinou para realizar curvas à direita e à esquerda com olhos fechados. A técnica foi realizada no Distrito Industrial no carro da autoescola sob supervisão e orientação do instrutor. A técnica permite criar confiança.

fotos: Hugo Antoneli Junior/Comando Notícia