HUGO ANTONELI JUNIOR
Quem passa pela rua Onze de Junho, no Centro de Indaiatuba (SP), encontra uma pilha de “cascas” de orelhão amontoadas no pátio da empresa que ainda tem “Telesp” na fachada. Antigamente quando você discava um número errado, ouvia: “Telesp informa, este número de telefone não existe. Favor consultar o catálogo telefônico ou ligar para o serviço de informações”. Nem Telesp, nem catálogo telefônico existem mais.
Em breve é o que parece que vai acontecer com os orelhões. Um levantamento feito pela empresa Vivo, responsável por operá-los na cidade, a pedido do Comando Notícia, indica que mais da metade dos orelhões não é usado. E a tendência é só aumentar. No primeiro semestre deste ano, o uso de orelhões no Estado de São Paulo caiu 40% em relação ao primeiro semestre do ano passado.
Via assessoria de imprensa, a Vivo informou que a distribuição de telefones públicos (TUPs) segue a determinação legal (Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações – MCTIC) e regulatória (Agência Nacional de Telecomunicações- ANATEL). A empresa diz que com as novas tecnologias de comunicação, em especial o massivo uso serviço móvel e a crescente demanda por uso de dados e expansão da rede 4G, a utilização dos orelhões está em acentuado declínio.
No primeiro semestre de 2019, os telefones de uso público do Estado de São Paulo tiveram, em média, utilização de 1 crédito a cada 3 dias, sendo que mais da metade não teve utilização alguma. Dessa pequena parte da base ainda utilizada, quando comparamos os 6 primeiros meses de 2019 com o mesmo período de 2018, este uso caiu mais 40%.
Modernização
Em março deste ano, considerando as disposições atualizadas, as empresas readequaram a planta considerando a demanda dos consumidores e a disponibilização em locais obrigatórios. “Os equipamentos recolhidos serão reaproveitados para fins de manutenção e substituição em casos de vandalismo, ou destinados conforme as normas ambientais vigentes.”
A Vivo diz que “defende a modernização na legislação com a aprovação da PL 79, que atualiza o Marco Regulatório de Telecomunicações e permite às empresas investirem ainda mais na ampliação do acesso à banda larga, que é hoje a real demanda da população, eliminando muitas obrigações que não refletem mais os interesses dos consumidores.”
Vandalismo
O uso cai a cada dia, mas um costume criminoso não diminui. Mensalmente, segundo dados da Vivo, 25% dos telefones público do Estado de São Paulo sofrem algum tipo de vandalismo. “Para solicitar reparos, o usuário pode entrar em contato com a Central de Atendimento 103 15 (ligação gratuita) que funciona 24 horas nos sete dias da semana.”
Em relação as manutenções dos orelhões, a empresa possui sistema remoto que detecta defeitos nos aparelhos, além de realizar vistorias periódicas e presenciais dos orelhões para garantir o pleno funcionamento dos aparelhos à população.
foto: Hugo Antoneli Junior/Comando Notícia