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Ministério da Saúde detalha ações e descarta pânico contra o coronavírus

por HUGO ANTONELI JUNIOR

Em coletiva de imprensa realizada na manhã desta quarta-feira (26) representantes do Ministério da Saúde descartaram qualquer tipo de pânico em relação ao coronavírus. O Brasil teve o primeiro caso confirmado da doença em um exame feito horas antes, em São Paulo. Segundo o ministro, Luiz Henrique Mandetta, a prioridade do governo é a informação das pessoas. O Brasil tem um caso confirmado, 20 sob investigação (11 em SP), e 59 casos descartados.

Segundo as autoridades da saúde, estudos preliminares indicam que o infectado pode “passar” o coronavírus para, no máximo, entre duas e quatro pessoas. No caso do homem de 61 anos com teste positivo, ele não fez o uso do transporte público e teve contato com familiares. Ao todo são cerca de 30 pessoas monitoradas. O Ministério da Saúde apontou que no primeiro caso suspeito no país, em Belo Horizonte, 74 pessoas foram monitoradas, mas nenhuma delas apresentou sintomas.

dúvidas sobre o coronavírus
quantas pessoas um infectado pode contagiar entre duas e quatro
qual a taxa de mortalidade entre as pessoas infectadas 2%
todos que tiveram contato com as pessoas infectadas precisam ir ao hospital não, apenas quem apresentar sintomas
com quantas pessoas o homem infectado teve contato no Brasil? cerca de 30
elas estão em quarentena (isoladas?) não
porque o homem infectado está isolado em casa e não no hospital? porque apresenta um quadro clínico bom, sem necessidade de internação
o homem infectado teve contato com grandes multidões ou usou o transporte público? não
quantos casos suspeitos o Brasil tem? 20
quantos confirmados? 1
quantos foram descartados? 59
fonte: Ministério da Saúde

Outro fator que os especialistas apontaram é a mortalidade do vírus. Segundo o Ministério da Saúde, os dados de infectados e mortos no mundo apontam para uma mortalidade de 2% das pessoas infectadas. Para efeito de comparação, no tempo do H1N1, a gripe, a taxa de mortalidade entre os infectados era próxima de 10%, muito mais preocupante. Mandetta ainda reforçou o pedido pela atenção a outras doenças como o sarampo, que ele classificou como mais mortal e com índice de contágio maior do que o corona.

O Ministério da Saúde descartou colocar pessoas em quarentena sem que haja sintomas. “É diferente o caso dos brasileiros que vieram da cidade chinesa onde era o epicentro da contaminação. Não dá para colocarmos em quarentena todas as pessoas que chegarem ao país. Nenhum país do mundo faz isso”, reforçou, fazendo um apelo anti-pânico.

“Se uma pessoa está em um veículo de aplicativo compartilhado com um chinês, por exemplo, e este chinês espirra. A pessoa não precisa ir até o hospital dizendo que teve contato. A procura pelo serviço de saúde só deve acontecer em caso de sintomas, como febre e coriza, por exemplo”, diz.

A Anvisa contatou todos os passageiros que tiveram contato com o homem infectado e monitora os casos. O que é monitorado com mais precaução é o da mulher, que teve contato por mais tempo com ele, o que geralmente acaba infectando. Apesar disso, ela não tem sintomas.

OMS

Pela primeira vez, o número de novos casos diários de coronavírus relatados de infecção pelo Covid-19 fora da China, 427, por 37 diferentes nações, excedeu o de notificações do país que é o epicentro da doença –foram 411 chineses que adquiriram a infecção, disse a Organização Mundial de Saúde (OMS) nesta quarta-feira (26).

“Não há necessidade de pânico”, ele disse em uma coletiva de imprensa em Roma. A taxa de mortalidade é de cerca de 2%, afirmou Kluge. Na China, onde estão 96,5% dos casos no mundo, agora ela é ainda menor, de 1%, salientou. “Lembrem-se que quarto de cada cinco pacientes têm sintomas leves e se recuperam”, ele afirmou.

A alta de novas infecções na Itália, no Irã e na Coreia do Sul é “muito preocupante”, mas o vírus ainda pode ser contido, e não está configurada uma pandemia, segundo o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus.

A OMS declarou uma emergência de preocupação internacional no dia 30 de janeiro. “Usar a palavra pandêmico sem cuidado não traz nenhum benefício tangível, mas ela implica um risco significativo em termos de amplificar sem necessidade um medo injustificável e um estigma, e paralisando sistemas. Isso pode sinalizar que não podemos mais conter o vírus, o que não é verdade.”

foto: divulgação