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Ministério Público embarga Kits alimentares por crime eleitoral em Itu

Há menos de 15 dias das eleições, os nervos dos candidatos estão à flor da pele, e uma divulgação pelas escolas municipais de que o prefeito Guilherme Gazzola iria entregar um kit alimentação agitou os bastidores políticos e as redes sociais em Itu (SP).

No comunicado aos pais, a Secretaria Municipal de Educação disse que estava atendendo uma Resolução 02/2020 do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação, que foi publicado em abril.

O kit seria complementar ao cartão alimentação que é distribuído desde julho deste ano. Na época da implantação do cartão, muito se questionou se haveria pagamento do retroativo relativo aos outros meses de pandemia, mas a Prefeitura nunca respondeu. Chegou-se a dizer que era “ilegal” o pagamento retroativo.

Afinal, por que a distribuição agora, às vésperas das eleições, de algo que o Governo Federal estipulou em abril?

Foi aí que levantou-se a hipótese de que a ação atenderia a uma ação impetrada junto ao Ministério Público, em agosto, em que um candidato a vereador pede para que seja investigado para onde foram o recursos destinados à alimentação escolar neste período. Porém, o Jornal de Itu não teve acesso a nenhum documento que mostre o andamento deste processo e nem da decisão do MP a respeito.

Logo em seguida do comunicado aos pais do kit alimentação, outro comunicado foi enviado: “Advogado de grupo político adversário da atual gestão solicitou judicialmente a suspensão da distribuição do kit alimentação. Lamentamos a atitude e informamos que fica temporariamente SUSPENSA a entrega que será feita após o período eleitoral.”

O prefeito chegou a postar nas redes o nome do advogado, Carlos Alexandre Pedroso, com acusações: “… patrocina uma série de ações fracassadas do respectivo grupo político”. Não citou qual grupo político seria, já que nessas eleições Gazzola tem sete oponentes.

O que o prefeito não explica é porque não distribuiu alimentação para os alunos em abril, maio e junho, como as outras cidades fizeram. Ninguém iria se opor nem haveria ações contrárias. A fome esperou até agora?
Gestão muito ruim

A reportagem  o advogado, que mora em Cabreúva, nega que tenha algum vínculo com grupos políticos, mas confirma que considerou a entrega de kit alimentação, às vésperas das eleições, um “desequilíbrio eleitoral” e que pediu ao Ministério Público que apurasse o fato. A ação, segundo ele, cancelando a entrega, foi do promotor Alexandre de Souza e está em sigilo.

O especialista em Direito Público também confirma que tem ações contra o prefeito Guilherme Gazzola, que já perdeu mas cabem recursos. “A gestão dele é muito ruim, e algumas ações abusivas, como a destruição dos quiosques no Rancho Grande, mas não tenho nada contra ele”, finaliza, dizendo que seu vínculo com Itu é que nasceu e cresceu aqui, onde tem parentes.

Cartão alimentação
Muitos pais e mães se preocuparam, achando que o cartão alimentação havia sido cancelado, mas este continua normal.

 

 

 

 

Com informações: Jornal Itu

Foto: divulgação