Ministro diz que só deve entregar pouco mais da metade das vacinas contra Covid previstas para abril – Comando Notícia
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Ministro diz que só deve entregar pouco mais da metade das vacinas contra Covid previstas para abril

Comissão de Assuntos Sociais (CAS) realiza audiência pública interativa para tratar sobre o PLS 264/2017 que altera a Lei que dispõe sobre as condições para promoção, proteção e recuperação da saúde. Em pronunciamento, diretor de Avaliação de Tecnologia em Saúde da Sociedade Brasileira de Hemodinâmica e Cardiologia Intervencionista (SBHCI), Marcelo Antônio Cartaxo Queiroga Lopes. Foto: Geraldo Magela/Agência Senado

O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, disse na última  quarta-feira (31) que só tem previsão de receber e distribuir, em abril, pouco mais da metade das doses de vacinas anunciadas anteriormente pelo governo federal. Queiroga prevê agora 25,5 milhões de doses, mas o cronograma divulgado em 19 de março pelo Ministério da Saúde tinha a previsão de recebimento de 47,3 milhões de doses.

Cronograma previsto, que não será integralmente cumprido

  • Fiocruz – Astrazeneca/Oxford (doses importadas) – 2 milhões
  • Fiocruz – Astrazeneca/Oxford (envase local) – 21,1 milhões
  • Butantant – Sinovac – 15,7 milhões
  • Bharat Biotech/Precisa Medicamentos/Covaxin – 8 milhões
  • União Química – Gamaleya/Sputnik – 400 mil

Da lista acima, Covaxin e Sputnik não obtiveram ainda autorização para uso emergencial. Outro ponto de dúvida é a entrega de doses importadas já prontas da vacina de Oxford, que não têm previsão de ser concretizada. “Em relação a vacinas, em abril, previsão de 25,5 milhões de doses. Há atrasos na entrega das duas principais indústrias nacionais, Butantan e Fiocruz, há questão da vacina indiana, que a Anvisa ontem suspendeu a planta”, disse o ministro.

O problema na “planta” citado pelo ministro está relacionado com as inspeções feitas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) na empresa na Índia. A agência negou a certificação de boas práticas de fabricação à Bharat Biotech, empresa de biotecnologia indiana que desenvolveu a Covaxin. Foram ao menos 14 pontos de problemas apresentados na vistoria feita na fábrica.

Nesta quarta-feira (31), a Anvisa negou o pedido de importação das 20 milhões de doses da Covaxin, indicando que “há incerteza sobre a eficácia e a segurança da vacina” já que dados necessários para análise não foram apresentados. O Ministério da Saúde pode apresentar novo pedido após resolver os problemas na documentação, de acordo com a Anvisa.

A diminuição do total de doses já anunciadas para abril não é o único revés no Programa Nacional de Imunizações (PNI). O mês de março também terminou com defasagem em relação ao planejamento deixado pelo general Eduardo Pazuello, que ocupava o ministério.

O governo previa 38 milhões de doses das seguintes fabricantes:

  • Fiocruz – AstraZeneca-Oxford – 3,8 milhões
  • Butantan – Sinovac – 23,3 milhões
  • Covax Facility – AstraZeneca – 2,9 milhões
  • Bharat Biotech/Precisa Medicamentos – 8 milhões

Não foi realizada a entrega da vacina indiana Covaxin, produzida pela Bharat Biotech e com importação feita pela brasileira Precisa Medicamentos. Por falta de documentos e informações insatisfatórias, a Anvisa negou autorização para importação e também não concedeu o certificado de boas práticas de fabricação.

Outra redução ocorreu nas entregas do consórcio global Covax Facility, que só entregou pouco mais 1 milhão de doses em sua primeira remessa ao país.

Com informações: G1 

Foto: divulgação