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Morte da princesa Diana completa 20 anos; relembre a trajetória

FILE - 27 AUGUST 2012 for ANNIVERSARY AUGUST 31: On Friday, August 31st Diana, Princess of Wales was killed in an automobile crash in Paris, France 15 years ago in 1997. Please refer to the following profile on Getty Images Archival for further imagery. https://www.gettyimages.com/Search/Search.aspx?EventId=119776964&EditorialProduct=Archival#esource=maplinARC_uki_aug12 HONG KONG - NOVEMBER 10: Princess Of Wales In Hong Kong Wearing An Outfit Described As The Elvis Look Designed By Fashion Designer Catherine Walker. Tour Dates 7-10 November. (exact Day Date Not Certain) (Photo by Tim Graham/Getty Images)

Nesta quinta-feira (31), faz 20 anos que Princesa Diana morreu em um desastre de carro. No Reino Unido e ao redor do mundo, admiradores de Lady Di devem organizar cerimônias em homenagem à “princesa do povo”, uma das mais populares da história recente.

Desde o começo da semana, flores e cartões se acumulam em frente ao palácio de Kensington, onde Diana vivia em Londres. O palácio de Kensington, no entanto, não confirmou nenhum ato oficial previsto para marcar os 20 anos da morte, segundo a agência AFP.

Herdeiros da princesa, os príncipes William e Harry visitaram na quarta-feira (30) um jardim criado em sua homenagem no palácio de Kensington e participaram de um encontro com representantes de organizações beneficentes que ela apoiava.

Príncipe William e príncipe Harry observam homenagens à princesa Diana em frente ao Palácio de Kensington (Foto: REUTERS/Hannah McKay)

Diana morreu em 31 de agosto de 1997, quando o carro onde estava com seu namorado, o milionário egípcio Dodi al-Fayed se chocou contra o pilar do Túnel Alma em Paris.

O acidente, segundo investigações da polícia britânica, foi causado por excesso de velocidade e pela embriaguez do motorista, Henri Paul. O único sobrevivente da tragédia foi o guarda-costas da princesa Trevor Rees-Jones, que estava no banco do carona. Paul e Dodi morreram na hora.

Diana e seu guarda-costas foram socorridos e levados para um hospital. Ela morreu poucas horas após dar entrada no Hospital Pitie-Salpetriere, em decorrência de uma hemorragia interna, severos ferimentos no tórax e na cabeça, e lesões pulmonares.

Luto e homenagens

Mesmo em uma época sem smartphones, o luto pela princesa foi quase instantâneo. No dia seguinte à sua morte, milhares de ingleses foram às ruas homenagear a “princesa do povo”.

A reação da coroa britânica, no entanto, demorou um pouco mais e foi motivo de severas críticas à Rainha Elizabeth, que estava com os netos na Escócia, e levou dias até voltar para Londres.

Apesar da onda de indignação que crescia em todo o país, a rainha esperou até a véspera do funeral para quebrar o silêncio, durante um discurso excepcional televisionado e que marcou o antes e depois na comunicação da monarquia britânica. Diana foi enterrada em uma propriedade privada de sua família, no dia seguinte.

 Foto aérea mostra flores em homenagem à princesa Diana depositadas em frente ao palácio onde ela vivia, em Londres, dias após sua morte (Foto: AP Photo/Adrian Dennis, File)

Michael White, jornalista e ex-editor do “Guardian”, define a morte da princesa como “a mais grave crise da monarquia desde a abdicação do tio da rainha, Edward VIII, em dezembro de 1936. Sua resposta à morte de Diana foi inadequada e aparentemente cruel”.

Quando Diana morreu, estava separada do príncipe Charles há um ano. O casamento dos dois, em 29 de julho de 1981, atraiu uma audiência global de 750 milhões de pessoas, fazendo da cerimônia o programa mais popular transmitido pela BBC até então, segundo dados da emissora.

No momento em que o carro bateu no 13º pilar do Alma Túnel, no coração da capital francesa, Diana, uma das mulheres mais fotografadas do mundo, fugia dos paparazzi.

O depoimento do príncipe é corroborado por quem estava lá. Em entrevista à Associated Press, o médico francês Frederic Mailliez, o primeiro a atender a princesa na cena do acidente, disse que se perguntou “por que tantos jornalistas estavam ao redor daquela Mercedes enquanto eu prestava os primeiros socorros”. A resposta só veio na manhã seguinte, quando ele assistia ao noticiário. Após o acidente, alguns fotógrafos chegaram a ser detidos e interrogados.

De acordo com o “Guardian”, o veículo trafegava a uma velocidade de 105 km/h, em uma região onde a velocidade máxima permitida é de 50 km/h. Além disso, segundo a imprensa britânica, nenhum dos ocupantes do carro usava cinto de segurança.

Peritos examinam carro onde a princesa Diana morreu em acidente, no dia 31 de agosto de 1997 (Foto: AP Photo/Jerome Delay, File)

Legado

Como vários integrantes da realeza europeia, Diana apoiava diversas causas filantrópicas, entre elas a luta contra o vírus HIV e o combate às minas terrestres. Durante sua vida, ela apoiou mais de cem instituições de caridade, segundo informações do Diana Princess of Wales Memorial Fund.

De acordo com o professor de Direito Constitucional no King’s College London, Robert Blackburn, Diana foi fundamental, por meio das suas atividades públicas, para enfatizar o papel filantrópico da monarquia no século 20. “Ela usou seu glamour e brilho para atrair publicidade e atenção midiática para esta função”, comenta, em entrevista ao G1.

Funcionário do Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV), Alfredo Martins se lembra bem da visita da princesa a Angola, no ano de 1997. Entre encontros com autoridades e viagens pelo país, a princesa assistiu a uma peça organizada pelo CICV, que tinha como intuito sensibilizar as crianças em idade escolar para o perigo de andar em campos minados.

Fotos: divulgação