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Mulher atingida em casa por raio após tirar televisão da tomada relata susto: ‘Ainda sinto dor no peito e calafrio’

A mulher de 31 anos que foi atingida por um raio dentro de casa após tirar a televisão da tomada, em Piedade (SP), recebeu alta do hospital na quarta-feira (5) e não terá sequelas. A reportagem , Jaqueline dos Santos Severino relatou o susto que teve ao receber a descarga elétrica durante forte chuva na região do Bairro dos Pintos.

“Estava arrumando a casa. Quando cheguei aos dois quartos começou a chover e desliguei a TV da tomada. Coloquei a mão no aparelho e o raio caiu. Senti o choque e me jogou para a cama de leve. Não danificou nada, o que achei estranho. A minha vizinha foi chamada e me ajudou. Senti dores no peito e formigamento no corpo”, contou.

A Guarda Civil Municipal levou a vítima para a Santa Casa, onde ela passou por vários exames. Ela recebeu alta depois de um dia de internação.

“Uma experiência dessa não desejo a ninguém. Foi um livramento que Deus me deu. A médica disse que poderia ter me matado. Ainda sinto dor no peito e calafrio.”

A filha de 9 anos de Jaqueline estava na cozinha da casa e o filho, de 3 anos, no outro quarto. Ninguém foi atingido.

Proteção em casa

Mulher sofreu descarga elétrica em Piedade — Foto: Arquivo pessoal

               Mulher sofreu descarga elétrica em Piedade — Foto: Arquivo pessoal

Segundo o Grupo de Eletricidade Atmosférica (ELAT), do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), até as 23:59 de quarta-feira em Piedade foram registrados 2.008 raios. Só em todo o ano de 2021 foram 9,2 mil.

Conforme o grupo, o raio é o nome para um relâmpago que atinge o solo. Os relâmpagos são descargas atmosféricas de grande intensidade que ocorrem dentro das nuvens de tempestade.

“A partir de cargas elétricas provocadas pelo atrito entre partículas de gelo. Quando o campo elétrico produzido por essas cargas excede a capacidade isolante do ar, a descarga elétrica se forma. Os raios percorrem distâncias da ordem de 5 km e podem ser denominados ascendentes, quando iniciam no solo e sobem em direção à tempestade, ou descendentes, quando iniciam na tempestade e descem em direção ao solo. A intensidade típica de um raio é de 20 mil ampères, cerca de mil vezes a intensidade de um chuveiro elétrico”, informou.

Ainda segundo o ELAT, os raios atingem e matam mais de forma indireta por meio de correntes pelo chão ou por objetos próximos. Ficar embaixo ou perto de árvore é um exemplo no qual pode ocorrer o acidente.

“Um raio também pode atingir uma pessoa diretamente e causar a sua morte imediata se ela estiver, por exemplo, numa área descampada sendo o ponto mais alto debaixo de uma forte tempestade.”

A probabilidade média de uma pessoa morrer atingida por um raio no Brasil ao longo de toda a vida é de um em 25.000, considerando uma expectativa de vida em torno de 75 anos.

O que fazer:

 

 

  • Entre em um veículo não conversível e feche as portas e vidros, evitando contato com a lataria;
  • Entre em moradias ou prédios, mantendo distância das redes elétrica, telefônica e hidráulica, de portas e janelas metálicas;
  • Entre em abrigos subterrâneos, tais como metrôs ou túneis.

 

 

O que não fazer:

 

 

  • Colher frutas, abrigar-se ou caminhar perto de árvores;
  • Ficar próximo a animais ou andar a cavalo;
  • Ficar próximo a cerca de arame;
  • Carregar ou ficar próximo a objetos metálicos pontiagudos, como enxadas, pás e facões;
  • Ficar próximo de veículos, como tratores, carros ou dentro de carroceria de caminhão;
  • Abrigar-se em áreas cobertas, que protegem da chuva, mas não dos raios, como varandas, barracos e celeiros.
  • Continuar jogando futebol ou permanecer no campo;
  • Caminhar em áreas descampadas, como terreno baldio, cemitério e canteiro de obra;
  • Caminhar ou ficar parado em rodovias, ruas ou estradas;
  • Subir em locais altos, como telhados, terraços e montanhas;
  • Ficar próximo a varal de metal, antena ou portão de ferro.

Por Carlos Henrique Dias, g1 Sorocaba e Jundiaí