Mutirão para zerar 71,4 mil cirurgias na região já tem 6 mil pacientes aptos; DRS-7 ensina como prefeituras podem aderir
A articulação do Departamento Regional de Saúde de Campinas (DRS-7) com prefeituras e também o Hospital de Clínicas da Unicamp (HC) para dissolver fila de 71,4 mil cirurgias represadas já resultou em 6 mil pacientes com procedimentos confirmados. Em entrevista a reportagem na última sexta-feira (10), a direção da DRS-7 detalhou o passo a passo para mais municípios aderirem ao mutirão – confira abaixo.
Fernanda Vasconcelos é a nova diretora do DRS-7 – que abrange 42 cidades – e realizou nesta manhã uma reunião com os secretários de Saúde dos municípios para combinar o fluxo de processos e informações necessárias para viabilizar as cirurgias de pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS).
“A gente vai olhar a capacidade instalada em cada Santa Casa, a gente vai fazer isso com os serviços que vão manifestar interesse. Pode ser hospital municipal. […] A cólica de vesícula para uma pessoa faz toda a diferença”, disse a diretora, que atua na DRS-7 há dez anos.
Ao todo, serão atendidos 54 tipos de cirurgias de sete especialidades: aparelho circulatório, visão, digestiva e abdominais, osteomolecular e geniturinário, das glândulas endócrinas e nefrologia. Além do HC, outros hospitais públicos, filantrópicos e, pela primeira vez, particulares vão participar.
Cirurgias de hérnias e vesícula estão no topo da lista de demandas que deixaram de ser concluídas em salas de cirurgia ao longo dos últimos dois anos, período crítico por causa da pandemia da Covid-19. O prazo para zerar a fila no mutirão é de quatro meses – e começou a ser contado no dia 1 de junho.
Como prefeituras podem aderir?
- Secretarias de Saúde municipais devem fazer contato com o DRS-7 mostrando interesse.
- Informar se a cidade possui ou não hospital municipal ou filantrópico.
- Informar estrutura das salas de cirurgia dos hospitais.
- Será realizada visita precurssora da equipe do HC e do DRS-7 para levantamento da capacidade instalada das municípios.
- Levantar número de pacientes na fila de espera por cirurgias de baixa e média complexidade.
- Convocar os pacientes para exames preliminares para verificação da evolução de cada caso, e saber se ele ainda é cirúrgico.
- Esses exames serão feitos nas unidades e hospitais da rede pública de saúde de cada cidade.
Com os pacientes confirmados para a operação, as guias de procedimentos são emitidas pela DRS-7 e, em seguida, são encaminhadas para pagamento feito pelo governo estadual.
Confirmação de 7 prefeituras
Ao menos sete prefeituras já confirmaram a adesão – entre elas Campinas, Pedreira, Holambra e Cosmópolis – , mas ainda faltam muitas. Fernanda reforça a importância dos municípios aproveitarem a oportunidade de ter mais recursos do governo do estado para realizar os procedimentos de baixa, média e alta complexidade.
“Existe recurso. O estado está pagando uma tabela a mais para esses 54 procedimentos. A tabela, que é o jeito que a gente paga os procedimentos, é um valor baixo. Para esses procedimentos, o estado vai pagar mais”.
É possível que cidades com mais estrutura e condições possam abranger as cirurgias demandadas por outors municípios da região.
As 6 mil guias já emitidas para os procedimentos correspondem a autorizações tanto para cirurgias quanto para procedimentos feitos em ambulatórios.
Pré-operatórios começaram
Os pacientes das cidades que já adiantaram as informações sobre os casos da fila já começaram a fazer os exames pré-operatórios, segundo a diretora da DRS. Entre eles, estão as avaliações com anestesista e cardiologista.
Essas análises serão feitas pelas prefeituras, nas unidades e hospitais da rede pública de saúde.
Parceria com o HC
Na última quinta-feira (9), O HC da Unicamp , em Campinas, disse que vai enviar parte do seu quadro médico para hospitais da região durante o mutirão de cirurgias. O foco serão os casos de baixa e média complexidade, e o de alta complexidade continuarão no HC.
A decisão de distribuir os cirurgiões faz parte de um novo modelo de atendimento do HC que será testado durante o mutirão. Se funcionar bem, poderá se tornar permanente.
O modelo garantiria uma solução mais rápida para reduzir a fila, pois há unidades com infraestrutura na região, só que, antes, sem profissionais suficientes.
“Mesmo com profissionais disponíveis para as cirurgias, frequentemente faltam leitos para internação para esse tipo de paciente no HC. Já em outras cidades da região, há infraestrutura e leitos disponíveis, mas falta pessoal para realizar as cirurgias”, disse a coordenadora de Assistência do HC da Unicamp, Elaine Ataide.
Cidades que somam 71,4 mil cirurgias represadas
São os municípios que pertencem à área de cobertura da DRS-7.
Águas de Lindóia, Americana, Amparo, Artur Nogueira, Atibaia, Bom Jesus dos Perdões, Bragança Paulista, Cabreúva, Campinas, Campo Limpo Paulista, Cosmópolis, Holambra, Hortolândia, Indaiatuba, Itatiba, Itupeva, Jaguariúna, Jarinu, Joanópolis, Jundiaí, Lindóia, Louveira, Monte Alegre do Sul, Monte Mor, Morungaba, Nazaré Paulista, Nova Odessa, Paulínia, Pedra Bela, Pedreira, Pinhalzinho, Piracaia, Santa Bárbara d’Oeste, Santo Antônio de Posse, Serra Negra, Socorro, Sumaré, Tuiuti, Valinhos, Vargem, Várzea Paulista e Vinhedo.
Com informações: G1 Campinas
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