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“Não indicamos a reação porque a nossa intenção é preservar a vida”, diz capitão da PM

HUGO ANTONELI JUNIOR

É óbvio que uma vítima de um roubo fica revoltada diante da situação da criminalidade no país. O problema é que muitas vítimas acabam reagindo e isso nunca é recomendado, pelo menos é o que diz o capitão Paulo Bueno, da Polícia Militar de Indaiatuba (SP). “A nossa intenção é preservar a vida. Então, ações de reação ou bruscas, podem piorar o roubo”, analisa ao Comando Notícia.

“O ladrão também está sob pressão e ele não tem nada a perder. É claro que é revoltante a situação, mas o que a gente recomenda é que a vítima haja com tranquilidade na medida do possível, avise o que for fazer e até ajude a acalmar o bandido. Deixe ele levar os objetos, guarde as características físicas e assim que ele for embora acione a Polícia Militar porque nós iremos atrás”, diz.

“Se for um roubo de carro, avise se for tirar o cinto ou pegar algo no porta-luvas, para que não seja interpretado como uma reação. Converse pausadamente. Anuncie o que vai fazer. Mesmo que pareça uma arma de brinquedo, às vezes os ladrões estão em maior número ou pode haver a lesão corporal, a agressão, que pode ser tão letal quando uma arma.”

Denúncia

É claro que em um momento de nervosismo nem sempre é possível identificar o ladrão, mas saber as características físicas pode ajudar na busca e solução do crime. “As testemunhas do crime podem acionar as forças de segurança. É sempre importante dar referências. Roupas, características físicas (alto, magro, gordo, cabelo), marcas (cicatrizes ou tatuagens), se estava portando uma arma ou não, se fugiu a pé, de bicicleta, moto ou carro. Se houve veículo também é importante as características como o modelo e a cor”, diz.

“Uma denúncia com estes elementos aumenta e muito a chance de conseguirmos prender o ladrão. Nossas viaturas vão imediatamente para o local. Os pontos de referência também são essenciais, porque há vias, por exemplo, a Ário Barnabé, ou a Francisco de Paula Leite, que são grandes, extensas, se a viatura for para o lado errado, provavelmente serão minutos que evitarão a resolução do crime.”

Atenção!

Outra dica sempre importante é sobre a atenção. “Se a vítima olhar para o ladrão pouco antes do crime, mostrar que está atenta, muito provavelmente ele desista da ação. Os ladrões procuram brechas, gente desatenta, pessoas que não estão alertas. Em um caso de perseguição, por exemplo, a vítima que estiver esperta pode entrar dentro de um comércio, de um banco ou de um local com grande movimentação e evitar o roubo”, afirma.

“O fator surpresa é sempre favorável ao bandido. Então, se a pessoa não der essa chance do fator surpresa, muito provavelmente ele vai procurar outro alvo. Eles procuram oportunidades e avaliam os riscos e se vale a pena. Uma postura preventiva sempre ajuda. E é claro, alguns cuidados como evitar andar à noite em lugares muito escuros ou esperar ônibus sem companhia durante muito tempo.”

foto: Hugo Antoneli Junior/Comando Notícia