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No Dia do Rio Tietê, trecho que passa por Salto volta a ficar coberto por espuma tóxica

O Dia do Rio Tietê é celebrado nesta quinta-feira (22). No entanto, há poucos motivos para celebrar. No trecho que passa por Salto, no interior de São Paulo, a espuma tóxica causada pela concentração da poluição é presença constante, prejudicando ainda mais a qualidade da água.

Hoje, o trecho do rio que passa por Salto voltou a ficar coberto por espuma. Em julho deste ano,a espuma tomou conta do trecho.

Na época, a diretora da fundação SOS Mata Atlântica, Malu Ribeiro, classificou os episódios como “uma tragédia”, já que os gases expelidos pela espuma são nocivos à saúde.

“É um problema grave porque nessa época do ano, com a estiagem, com a seca que a gente está vivendo, tem um menor volume de água no rio e há uma concentração dos poluentes ao longo do Tietê e, por isso, ocorre esse fenômeno das espumas”, afirmou à reportagem, na época.

A espuma tóxica é formada por resíduos de detergentes e materiais despejados no rio sem tratamento na capital paulista, que segue em direção ao interior do estado. Ela é resultado do aumento do volume do rio depois de um longo período de estiagem, quando os poluentes ficam mais concentrados e aparecem em forma de espuma, devido a uma cachoeira próxima ao trecho.

Um relatório publicado pela fundação mostra que a mancha de poluição do Rio Tietê cresceu em 2022 e agora se estende por 122 quilômetros, com um aumento de 43% em relação a 2021, quando atingiu 85 quilômetros.

Os dados são do Observando o Tietê 2022. O monitoramento também foi feito por uma equipe técnica da causa Água Limpa e mostra ainda que a água de boa qualidade foi reduzida de 124 quilômetros, no ano passado, para apenas 60 quilômetros, na atual medição.

Os dados apontam comprometimento nas Bacias do Alto Tietê, Sorocaba Médio Tietê e Piracicaba-Capivari-Jundiaí (PCJ), que correspondem à metade da Bacia Hidrográfica do Rio Tietê.

 

Espuma tóxica

Segundo o relatório, em Salto, a região apresenta um fenômeno em que o rio fica coberto por espuma quando as águas estão agitadas. Gustavo Veronesi afirma que a poluição com sabão e restos de produtos de limpeza causam a situação.

A espuma de Salto se deve principalmente ao começo das corredeiras. O Tietê passa pela região metropolitana, praticamente sem nenhum declive, e a partir de Santana do Parnaíba ele vai tendo corredeiras. Em Salto, o sabão na água quando passa [pelas corredeiras], que é o resquício de detergente, de sabonete, de sabão, o esgoto não tratado, se agita e forma as espumas.”

Foi verificada uma melhora no rio Piraí, em Salto, em que a qualidade da água saiu de regular para boa. Os índices que apontam comprometimento na qualidade da água foram aferidos em quatro pontos que saíram de regular para ruim.

 

 

 

 

 

Com informações: G1

Foto: Diogo Nolasco