O estresse é um fator de risco comum e potencialmente perigoso quando falamos sobre a saúde mental. Embora não seja uma doença em si, o estresse pode contribuir significativamente para o desenvolvimento ou agravamento de condições como depressão – principal causa de incapacitação no mundo –, ansiedade e burnout (esgotamento emocional).
De acordo com Patrícia Bader, psicóloga do Hospital São Luiz Jabaquara e gestora de Serviços de Psicologia da Rede D’Or em São Paulo, “o estresse agudo é uma reação natural e de curta duração a situações desafiadoras. Mas, quando se torna crônico, pode trazer graves consequências à saúde física e mental”.
O estresse crônico ocorre quando a pessoa é submetida a pressões por longos períodos, sem conseguir se recuperar adequadamente, e pode afetar o sistema imunológico e cardiovascular, contribuindo para o desenvolvimento de hipertensão e doenças cardíacas.
“Os sinais de alerta incluem mudanças de humor, irritabilidade, dificuldade de concentração e isolamento social. Esses sintomas, muitas vezes negligenciados, podem indicar que o estresse impactando seriamente a saúde mental”, explica Bader.
As causas mais comuns de estresse envolvem fatores internos e externos. Excesso de trabalho, pressão para tomada de decisões, sobrecarga de responsabilidades no ambiente profissional ou familiar, questões financeiras e situações cotidianas como trânsito e violência contribuem para o aumento dos níveis de estresse.
No Dia Mundial da Saúde Mental, celebrado em 10 de outubro, a especialista sugere algumas ações para ajudar a reduzir e controlar os níveis de estresse, promovendo melhor qualidade de vida.
1. Praticar atividades físicas regularmente: exercícios aeróbicos, musculação ou esportes em grupo ajudam a liberar endorfinas e a reduzir o estresse.
2. Adotar técnicas de relaxamento: meditação, yoga ou técnicas de respiração são eficazes para algumas pessoas, enquanto outras preferem atividades mais dinâmicas, como caminhadas ao ar livre ou exercícios intensos.
3. Buscar hobbies ou atividades criativas: pintura, música, jardinagem ou cozinhar proporcionam momentos de prazer e ajudam a aliviar o estresse.
4. Manter uma alimentação equilibrada: uma dieta saudável impacta diretamente o nível de estresse e a saúde mental, evitando substâncias como cafeína em excesso, que pode aumentar a ansiedade.
5. Estabelecer uma rotina de sono saudável: garantir um sono reparador é essencial para ajudar o corpo a lidar com o estresse diário.
6. Priorizar tarefas e aprender a dizer ‘não’: evitar sobrecargas de responsabilidades e organizar-se melhor são formas práticas de reduzir a pressão do dia a dia.
7. Buscar apoio social: compartilhar com amigos, familiares ou participar de grupos de apoio oferece um espaço para dividir experiências e aliviar responsabilidades.
8. Gerenciar o uso de smartphones e redes sociais: reduzir a exposição excessiva a conteúdos que gerem ansiedade ou comparações e criar momentos desconexão digitais ajudam a descansar a mente.
9. Explorar opções de lazer: momentos de lazer, como assistir um filme, ler um livro ou participar de eventos sociais, ajudam a distrair a mente e aliviar tensões acumuladas.
Além disso, a especialista ressalta a importância de buscar ajuda profissional ao identificar sinais de alerta. “Se o estresse começa a interferir na rotina e prejudicar a qualidade de vida, é fundamental procurar um psicólogo ou psiquiatra para intervenções adequadas”, recomenda.
Nas unidades da Rede D’Or São Luiz, por exemplo, há protocolos específicos para identificar e tratar pacientes com sintomas de estresse agudo ou crônico já no pronto-socorro. “Casos graves, como crises de ansiedade ou burnout, são tratados com prioridade, garantindo que o paciente receba suporte psicológico ou psiquiátrico imediato”, destaca Bader.
Neste Dia Mundial da Saúde Mental, o convite é para que todos reflitam sobre a importância de cuidar da saúde mental e reconhecer os sinais de alerta. “Cuidar da mente é tão essencial quanto cuidar do corpo. Muitas vezes, o primeiro passo é reconhecer o impacto que o estresse e as pressões diárias podem ter em nossa saúde geral”, finaliza a especialista.
Com informações: De VFR COMUNICAÇÃO
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